Hospital de Almada desmente falta de pagamento

Garcia de Orta sem compressas  

O Hospital Garcia de Orta, em Almada, não recebe mais compressas enquanto não saldar a dívida à empresa que as fornecia, atualmente de 260 mil euros. A unidade hospitalar chegou mesmo a ter uma ruptura de stock de compressas específicas para o bloco operatório e, não fosse o auxílio do Hospital Amadora-Sintra que emprestou uma pequena quantidade, as cirurgias tinham sido canceladas, porém em conferencia de imprensa esta tarde, negou qualquer falha de pagamento.

Falta de compressas hospitalares não perturbou funcionamento 


“Nós tentámos obter dos nossos clientes um plano de pagamento para podermos financiar-nos com base nesses planos. Quando não temos uma resposta positiva, somos obrigados a tomar este tipo de atitudes”, justificou à Antena 1 Luís Andrade, administrador da empresa Albino Dias de Andrade.
O hospital de Almada, segundo afirmou a fornecedora de compressas ao Diário de Notícias, foi a única unidade de saúde cliente da empresa a não apresentar um plano de pagamento da dívida, que neste caso ascende aos 260 mil euros e que está por saldar desde Agosto de 2010.
De acordo com o responsável, a empresa ficou sem alternativa e viu-se forçada a cortar o abastecimento de compressas ao Garcia de Orta que, confirmou Luís Andrade à Antena 1, não recebe mais material até a dívida ser saldada.
“Procurámos chamar a atenção [à administração do hospital] com a suspensão momentânea – e penso que seja passageira – do fornecimento, porque nós não conseguimos suportar esta situação”, explicou Luís Andrade esta manhã à Antena 1.


Administração confirma falta de material

Do lado da administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, veio a confirmação da escassez de compressas mas nega qualquer atraso no pagamento à empresa. Alias, o Hospital recorreu à ajuda da unidade Amadora/Sintra e garantiu que o problema foi do fornecedor e não da falta de pagamentos.
"A situação de escassez de stock de compressas decorreu de uma falta de entrega do fornecedor e não da falta de pagamentos. A entrega das referidas compressas devia ter sido feita no princípio de fevereiro, o que não aconteceu", disse em conferência de imprensa o presidente do conselho de administração do hospital, Daniel Ferro.
O responsável explicou que para evitar o adiamento ou a não realização de cirurgias, o Hospital Garcia de Orta solicitou a outro hospital, no caso o Amadora/Sintra, material, o que considera ser uma "prática normal".
Daniel Ferro disse ainda que em setembro foi acordado um plano de pagamentos com o fornecedor em causa, bem como outros fornecedores, que tem sido cumprido.
“O hospital tem pago regularmente numa base mensal conforme o acordado, a este e a outros fornecedores. Em fevereiro realizámos dois pagamentos a este fornecedor, nos dias 10 e 28 de fevereiro, pois sempre que é possível pagamos mais que um mês. Desde de setembro que temos vindo a encurtar a divida para com este fornecedor”, esclareceu.
Daniel Ferro acrescentou que nos últimos sete meses foram pagos 10 meses de fornecimento, o que significa que “foram recuperados três meses”. O administrador disse que a dívida atual é de 210 mil euros de 14 meses de fornecimento.

Paulo Jorge Oliveira 

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