Fectrans teme o fim do transporte público

Novos horários dos barcos levantam dúvidas nos trabalhadores

Os novos horários das carreiras fluviais da Transtejo e da Soflusa - com supressão de viagens entre as duas margens do Tejo, em Lisboa - entram hoje em vigor. São mais de 50 supressões nos percursos Montijo-Cais do Sodré, Cacilhas-Cais do Sodré, Seixal-Cais do Sodré, Trafaria-Belém e Barreiro-Terreiro do Paço. É uma medida com a qual a Transtejo espera uma poupança a rondar um milhão de euros por ano, mas que a Fectrans vê como o início do fim do transporte público.

Sindicatos temem fim dos transportes público 


Já estão ai os novos horários das carreiras fluviais da Transtejo e da Soflusa, com meia centena de carreiras suprimidas nos percursos entre Lisboa e Margem Sul. A Transtejo aponta uma poupança anual em caixa de cerca de um milhão de euros, defendendo que a medida serve os princípios do transporte público.
Em declarações registadas pela TSF, Cristina Ramos, responsável pela comunicação da Transtejo, admitia nas últimas horas “algumas supressões e bastantes reajustes de horários em todas as ligações. Haverá menos barcos, mas são situações cujos efeitos nos passageiros procuramos minimizar”.
Sublinhava, no entanto, que cada reajuste “tem por objectivo alcançar um transporte público sustentável e, portanto, foi nesse sentido que o grupo Transtejo procedeu a este reajuste de oferta”.
Fim do transporte público?
O coordenador da Fectrans (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações) José Manuel Oliveira vê nestas alterações à travessia do Tejo um primeiro passo para acabar com o transporte público.
“O que está em marcha neste momento é criar uma fragilização ao transporte público de forma a afastar as pessoas, os utentes, do transporte público para o transporte individual e, neste caso concreto, do transporte público das empresas públicas para o transporte privado”, sustentou José Manuel Oliveira em declarações à Antena 1.
Já há uma semana, José Manuel Oliveira previa "um futuro complicado, quer para os trabalhadores, quer para os utentes dos transportes".

Greves à vista
Barcos podem parar de novo em março 


Falando aos jornalistas após a reunião em dia de Carnaval com o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, o coordenador da Fectrans sublinhou a crença dos representantes dos trabalhadores em que "o Governo vai procurar persistir - com mais negociação, com mais diálogo com sindicatos ou não - naquilo que é a sua linha estratégica, que está definida no Plano Estratégico de Transportes e que pensamos que vai ser um factor de conflito".
Da reunião nada saiu "de novo que nos possa dizer que vamos ter uma paz social daqui para a frente, antes pelo contrário", lamentava o sindicalista.
Ainda hoje, os trabalhadores da SOFLUSA vão reunir-se em plenário, estando prevista para amanhã uma reunião dos trabalhadores da Transtejo, situações que vão obrigar à suspensão de várias ligações fluviais. Em cima da mesa está a possibilidade de novas greves a avançar em março.

Agência de Notícias 

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