Lisboa quer novo Hospital Oriental

Lisboa quer deslocar cinco hospitais do centro

O Hospital Oriental, unindo cinco hospitais, a Terceira Travessia do Tejo e um “corredor verde” entre Bela Vista e Monsanto são as principais linhas do Plano de Pormenor do Parque Hospitalar Oriental, apresentado segunda-feira pela Câmara de Lisboa.



Hospital de São José, em Lisboa, é um dos cinco a ser mudado 
Na sessão pública de apresentação dos termos de referência do Plano de Pormenor, o chefe da Divisão de Planeamento Territorial da Câmara de Lisboa, Eduardo Campelo, disse que “está definitivamente assente que vamos ter Hospital Oriental [na zona de Chelas], só não sabemos quando”. 
Eduardo Completo explicou que este Hospital Oriental vai resultar da “migração do Hospital Central de Lisboa, que está localizado em vários pólos - Hospital de São José, do Desterro, de Santa Marta, dos Capuchos e o Miguel Bombarda”. 
O responsável autárquico disse que este Hospital Oriental vai receber também instalações para o Instituto de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. 
Os termos de referência indicam que o Hospital Oriental terá capacidade para cerca de 800 camas e poderá receber cerca de 20 mil utentes diários, funcionários e mais mil alunos, sendo construído numa área de dez hectares, dividida em duas parcelas atravessadas pela Avenida Dr. Augusto Castro. 


Lisboa ainda acredita na Terceira Travessia do Tejo

Quanto à Terceira Travessia do Tejo, um projecto lançado pelo anterior governo que previa ligar Chelas e Barreiro, Eduardo Campelo adiantou que “está assumida como localização definitiva, se bem que a sua implementação demorará mais tempo do que o que estava previsto”, dada a situação financeira do País. 
Outro pressuposto do plano de pormenor é “a garantia de um contínuo verde de ligação entre o Parque da Bela Vista e o Parque Florestal de Monsanto” que “contemple a criação de uma rede de mobilidade suave - peões e bicicletas”, lê-se nos termos de referência. 
O documento prevê também a “ampliação do Parque da Bela Vista para sul da linha de caminho de ferro existente, na área do Vale da Azinhaga da Fonte do Louro (Casal Vistoso/Olaias)”. 
O chefe da Divisão de Planeamento Territorial avançou ainda que o plano pressupõe a “existência de uma grande praça central que articule transportes” na zona da quadra Central de Chelas e a “hipotética criação de um eléctrico rápido”. Está ainda prevista a florestação do Parque Urbano do vale de Chelas com cerca de cinco mil árvores. 
Um dos parceiros da autarquia é a Solreis - Sociedade Imobiliária, que, segundo o contrato de parceria assinado pelas entidades, detém direitos edificatórios que nunca exerceu em terrenos da Câmara que vão ser alvo de uma permuta. 
A Câmara de Lisboa aprovou os termos de referência para este plano em 2008 e incluía a possibilidade de receber as instalações do Instituto Português de Oncologia (IPO) em terrenos do Parque da Bela Vista. No entanto, e uma vez que a tutela decidiu manter o IPO nos terrenos actuais, a autarquia teve de reformular o documento, que, agora, abrange 390 hectares. 

Governo precisa de autorização da “troika”

Com o congelamento do lançamento de novas parcerias público-privadas (PPP), no âmbito do pedido de ajuda-externa, a construção do Hospital de Lisboa Oriental terá de passar pela troika e o Governo precisa da autorização das autoridades internacionais para fazer face a um investimento de 600 milhões de euros. 

O concurso para o Hospital de Lisboa Oriental foi, a par do do Hospital Central do Algarve suspenso no âmbito do acordo do Governo português com a troika, que parou todos os novos contratos de PPP. 
No caso de Lisboa, o concurso estava numa fase mais adiantada, com a proposta da Soares da Costas a ter sido classificada em primeiro lugar. 


Agência de Notícias 

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