Base do Montijo pode vir a receber voos comerciais

Base do Montijo pode vir a receber voos comerciais
Os ministérios das Obras Públicas e Defesa reuniram para lançar uma pesquisa sobre as bases aéreas que poderão ser usadas numa solução Portela+1. A solução já havia sido estudada em 2007 mas, na altura, optou-se pela construção do Novo Aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete. Agora pode voltar tudo ao início...
Base Área do Montijo pode ser solução para o novo Aeroporto de Lisboa 

O secretário de estado das Obras Públicas reuniu esta semana com o ministro e o secretário de estado da Defesa, para determinar a criação de um grupo de trabalho que avalie a possibilidade de usar uma das bases aéreas na região da Grande Lisboa para apoiar o aeroporto da portela.´
Questionado sobre se esse é um ponto de partida para avançar com a solução Portela +1 em alternativa ao aeroporto de Lisboa, Sérgio Monteiro diz que o nome é pouco relevante. "O que queremos é uma infra-estrutura que complemente capacidade ao aeroporto da Portela para que eventuais interessados na privatização da TAP não olhem para a infra-estrutura actual como sendo um constrangimento no desenvolvimento do seu modelo de negócio", sublinhou o responsável.
Para já, está identificada a possível utilização das bases da Força Aérea de Sintra, Alverca ou Montijo e caberá ao grupo de trabalho agora criado identificar as mais valias de cada uma destas localizações e os investimentos necessários para a sua utilização para voos civis. Apesar do estudo deste três bases militares, o Governo não coloca de lado a possibilidade de “avaliar outras localizações”.

Beja... sem interesse
Aeroporto de Beja custou 33 milhões e... mão tem interesse para o Governo 

De fora fica o novo Aeroporto de Beja. Sérgio Monteiro refere que Beja não foi considerada interessante "porque, volto a sublinhar, estamos preocupados com a racionalidade do investimento. Por isso estamos a analisar bases da Força Aérea e da Nato. Temos a opção de juntar o tráfego civil e militar”, referiu o secretário de estado.
Recorde-se que o Aeroporto de Beja custou aos cofres do Estado Português 33 milhões de euros e recebe cerca de mil passageiros por ano. De acordo com os números da ANA, dificilmente o número de voos realizados naquele aeroporto “chegarão para pagar sequer os custos de manutenção, 350 mil euros por ano”.  
Ainda não há datas para se avançar com uma decisão, contudo admite que esta possa ser tomada até Abril de 2012, altura em que a easyJet abrirá a sua base no aeroporto da Portela. No entanto, “o investimento será realizado apenas no ambiente de privatização da ANA”, acrescentou Sérgio Monteiro. 
No memorando assinado no final de Outubro com a EasyJet já está prevista a transferência da “low cost” para a nova infra-estrutura aeroportuária que será coordenada com a Portela, assim que possível. 


Montijo perto do ideal...

Na semana passada, o ministro da Economia adiantou que o Governo estava a ponderar a alternativa Portela+1, uma ideia recuperada já do anterior Executivo. Esta proposta surge após a tomada de decisão de congelar o investimento do novo aeroporto. No entanto, esta opção de utilizar bases militares poderá ter algumas contingências. 
Ao nivel das pistas, as bases militares teriam que ser reforçadas, uma vez que os aviões utilizados na aviação civil, precisariam de pistas mais resistentes para a descolagem, e isso significaria um investimento “avultado” no reforço do pavimento, segundo explicou ao Negócios uma fonte do sector.
Além das pistas, existe o problema do trafego aéreo. Caso a escolha seja Montijo ou Alverca, não poderia haver um aumento do número de movimentos por hora, uma vez que não seria possível ter voos em simultâneo, pelo que o único beneficio seria aumentar o número de slots (espaço de tempo e de espaço para aterrar e descolar um avião). Só a opção de Sintra é que não teria essa contingência, de acordo com alguns estudos.
No entanto, dizem alguns especialistas, por exemplo, no caso do Montijo "a única coisa que é necessário fazer para efectivamente duplicar o número máximo de movimentos é fazer uma nova pista".



Paulo Jorge Oliveira 


 

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