Cidade Europeia do Vinho vai ser portuguesa



Palmela é uma das “cidades” candidatas

Palmela foi a primeira cidade do vinho portuguesa, em 2009. Em 2012 concorre para ser a primeira cidade europeia do vinho. Como “adversários”, o município do distrito de Setúbal tem: Barcelos, Viana do Castelo, Cantanhede, Cartaxo e Beja. Ao todo são os seis candidatos a Cidade Europeia do Vinho do ano que vem, sendo o vencedor conhecido a 29 de Novembro.

Casa Mãe da Rota dos Vinhos, em Palmela 


Segundo José Arruda, secretário-geral da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV), esta será a primeira edição de uma iniciativa que visa promover, sobretudo além-fronteiras, um "produto de excelência".  
Esta iniciativa surge na sequência das cidades nacionais do vinho, que a AMPV tem vindo a promover nos últimos três anos, contemplando Palmela, Beja e, este ano, Viana do Castelo.  
"Como se pode ver, estas três cidades estão agora na corrida para Cidade Europeia do Vinho, o que significa que concluíram que vale a pena, pela promoção que o título proporciona", disse José Arruda.  
Neste primeiro ano, a capital fica em Portugal, rodando depois por cada um dos países que integram a Rede Europeia das Cidades do Vinho, estando já definido que a próxima capital ficará em Espanha, em 2013. Itália e França são os países que se seguem na rotatividade europeia.
"É uma oportunidade ímpar de promoção para o País e, de forma especial, para a cidade escolhida", acrescentou José Arruda.  
O responsável falava em Barcelos, durante a conferência ‘Novo modelo de gestão para as rotas do vinho nacional’, promovida pela AMPV. Criada em 2007, esta associação elegeu como objectivo prioritário a reactivação das rotas do vinho.  "A maior parte delas estava inactiva", referiu José Arruda.  
Foi criado um grupo de trabalho, para elaborar um manual de boas práticas para as rotas e fundar um clube que vai fazer a sua promoção "integrada num todo", incluindo municípios, museus, restauração, hotelaria e turismo. 
"No passado, quando criaram rotas, foi só com produtores de vinho e a única coisa que as pessoas faziam era visitar adegas. Isso hoje no conceito europeu não faz sentido. As pessoas querem visitar adegas mas também comer num bom restaurante, dormir num bom hotel, visitar museus", acrescentou.  Neste momento, há 17 rotas de vinho em Portugal.  

Autarcas de Palmela acreditam na vitória

Ana Teresa Vicente acredita que Palmela pode ganhar candidatura 

O primeiro passo para a candidatura foi aderir à Rede Europeia de Cidades do Vinho. A proposta subiu a reunião de Câmara no início do mês e foi aprovada por unanimidade.
De acordo com o executivo da Câmara de Palmela, liderado por Ana Teresa Vicente, a “dimensão de Palmela como produtor de vinho justifica só por si a adesão a esta rede de cidades vitivinícolas que, por toda a Europa, partilham connosco uma identidade cultural ligada à produção de vinho”.
A presidente considera que “sempre tivemos bons vinhos mas agora temos muito bons vinhos”. Por isso, acredita a autarca, “temos boas hipóteses, temos os nossos produtores connosco, as associações locais, as Câmaras da região e muitas instituições ligadas ou não ao sector. Temos uma boa candidatura, muitas iniciativas ligadas à promoção e valorização deste sector económico porque o objectivo é mesmo este: valorizar este sector”, diz. Fica a expectativa, “vinho bom, temos de certeza!”, conclui Ana Teresa Vicente.
Para o titular da pasta do Desenvolvimento Económico e Turismo, Luís Calha, Palmela tem pela frente “fortes concorrentes” e apesar da “luta ser difícil”, Palmela espera conseguir “ ganhar”. E, do seu lado, tem toda uma região que torce por Palmela.
A candidatura vai custar aos cofres do município 500 euros no acto da inscrição e outros 500 euros anuais. Se ganhar o título será “um contributo importante para o turismo” de toda a Península de Setúbal e Grande Lisboa.
Barcelos, Viana do Castelo, Cantanhede, Cartaxo e Beja são os restantes municípios concorrentes ao título de 1ª Cidade Europeia do Vinho. Terça-feira, 29 de Novembro, sai a decisão.

Paulo Jorge Oliveira  


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