Campeonato da 2º Divisão Zona Sul - Pinhalnovense 1 – 0 Madalena

Vencer sem convencer



Foi, no essencial, um mau jogo de futebol. O Madalena que nunca tinha perdido [nem sequer sofrido golos] em Pinhal Novo e assim queria manter-se até final. Não jogou muito para justificar tal “feito” mas dificultou ao máximo a vida a um Pinhalnovense que,  para jogos no campeonato,  ainda não provou ser candidato.
Depois de ter eliminado [e jogado bem] o Fafe na terceira ronda da Taça de Portugal, esperava-se muito mais deste Pinhalnovense. Os azuis-e-brancos demoraram a aquecer, o Madalena entrou já rodada, mas foi o Pinhalnovense quem começou por criar perigo, por Diogo Felgueiras, de bola parada. Valeu a Igor a defesa da tarde.
O futebol mais fluído e organizado do Pinhalnovense encontrou na estrutura muito bem organizada dos insulares, o principal opositor, mas o Pinhalnovense acabou por lutar como um todo pelo melhor resultado.
A meio da primeira parte, Miran [fez um jogo pobrezinho] e João Peixoto [outra má exibição] tinham desperdiçado boas oportunidades para inaugurar o marcador. Sem êxito nem glória, os rapazes de Pinhal Novo começaram a cair na teia que a Madalena montou para este jogo. Jogava devagar, às vezes devagarinho, com a cumplicidade do árbitro de Lisboa. Como quem não quer a coisa, os homens da Ilha do Pico taparam todos os caminhos para a sua grande área e o Pinhalnovense – sem ideias – arrastou-se pelo terreno sem criar perigo e, pior, sem uma linha de jogo que permitisse uma boa imagem.


Animação no final do jogo

O intervalo não trouxe nada de novo. O Madalena com a mesma estratégia e o Pinhalnovense com a mesma falta de ideias. Nem a substituição de João Peixoto por Anselmo, melhorou a corrente de jogo. Com Mirian aniquilado, com Anselmo apagado,  Mustafa atabalhoado, [falhou uma das melhores ocasiões de golo aos 47 minutos. Fez tudo bem, mas na cara de Igor preferiu cruzar quando a bola suplicava por “um chuto”. O lance morreu nas mãos do titular da baliza açoreana]. Voltava a ser um Pinhalnovense desinspirado, com  falta de espaço para explanar o seu futebol e, pior que tudo, com clara falta de ideias onde só restava só Adul para trazer algum alento às cores azuis-e-brancas.
Os insulares, sempre devagar,  também iam deixando marca no jogo. Aos 52 minutos, Rui Alberto rematou forte e esteve perto de surpreender Pedro Alves. Por esta altura já os adeptos da casa desesperavam por um “golinho” que valesse os três pontos. A entrada de Pedro Dionísio – para saída do central Dorival – foi uma aposta de risco de Paulo Fonseca. Ainda assim, sem resultados imediatos. Bola pelo ar e muita dificuldade em desarmar o bloco central da Madalena, da Ilha do Pico.
Com o relógio a passar, os açoreanos acreditavam em  pontuar em  Pinhal Novo. Tinham, na verdade, o jogo controlado. Mas a vontade do Pinhalnovense era “fazer das tripas coração” e continuar à procura do golo. Adul, a 10 minutos do fim, parece ser derrubado por Gilson, dentro da área. Era grande penalidade. Rui Rodrigues, árbitro, perto da jogada assinala “simulação” e mostra o amarelo ao homem do Pinhal Novo.
Nas bancadas ruíam-se as unhas, descarregava-se a fúria no árbitro e nos jogadores, faziam-se contas de somar para saber a quantos pontos ficaria o Pinhalnovense do líder e ouviam-se os golos dos outros. Por esta altura do jogo, eram os poucos adeptos açoreanos que faziam a festa maior. Mas um canto no lado esquerdo fez renascer os sorrisos na tarde de domingo. Pedro Dionisio marca superiormente o canto ao poste mais distante na baliza de Igor e... Mustafa encosta para golo.
Estranhamente – ou talvez não – o golo matou o Pinhalnovense. O Madalena, que até ai estava adormecido, cresceu e empurrou os locais para junto da sua área. O empate esteve iminente. Rainho ainda marca um grande golo. Mas anulado prontamente pelo árbitro por alegado fora de jogo. Não havia tempo para mais e o Pinhalnovense,  mesmo sem jogar bem, conseguiu a vitória. Lá em cima, Atlético e Oriental seguem imparaveis no comando. 
Hoje, ao meio dia, o Pinhalnovense ficou a saber o adversário para a quarta ronda da Taça de Portugal. Mais uma vez, o Pinhalnovense joga em casa e recebe uma equipa do norte,  o Tirsense. O actual líder da 2ª Divisão Norte. O jogo realiza-se a 21 de Novembro,  no Santos Jorge. 


Paulo Jorge Oliveira 

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