Trabalhadores da manutenção da Petrogal de Sines em luta

Trabalhadores manifestam-se em Lisboa esta sexta-feira 

Os trabalhadores subcontratados que asseguram a manutenção na refinaria de Sines da Petrogal vão concentrar-se dia 26 de Janeiro junto à sede da Galp para pedir a salvaguarda dos empregos, em risco com o fim dos contratos de prestação de serviços. "Estes trabalhadores decidiram ir a Lisboa na sexta-feira, para se manifestar junto a sede da Galp e vamos tentar falar com a administração para ver se ela corrige a sua posição", disse à agência Lusa Hélder Guerreiro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria (Site Sul), filiado na CGTP. Segundo o sindicalista, muitos dos trabalhadores da manutenção estão a trabalhar na Petrogal há 20 e 30 anos, embora contratados por outras empresas, "por isso consideram-se efetivos da refinaria e querem ser tratados como tal".
Trabalhadores querem preservar empregos em Sines 

Os cerca de 250 trabalhadores do consórcio que assegura a manutenção na refinaria de Sines foram informados há duas semanas pelas suas entidades patronais de que estas decidiram pôr termo ao contrato com a Petrogal a partir de 12 de fevereiro, o que implica a perda dos postos de trabalho.
Nas cartas de despedimento que enviaram aos trabalhadores, a EFATM, ATM, CMN e AC Services alegam que não consideram viável manter a prestação do serviço devido aos baixos preços impostos pela Petrogal.
Os trabalhadores reuniram-se em plenário, em Sines, há uma semana e enviaram uma carta à Petrogal para saber como iria assegurar os seus postos de trabalho.
"A Petrogal responsabilizou as empresas contratantes pela situação, mas os trabalhadores decidiram que chegou a hora do problema ser corrigido e por isso vão confrontar a Galp com a sua situação laboral", disse Hélder Guerreiro.
Fonte da Galp salientou à Lusa que "a Refinaria de Sines é a maior unidade industrial do país, a mais complexa e tecnologicamente avançada e representa cerca de sete por cento das exportações nacionais".
Disse ainda que "as atividades de manutenção são um ponto essencial para a sua operação, e requerem uma atenção permanente que de forma alguma está posta em causa".
A mesma fonte oficial afirmou que, por princípio, a empresa não comenta a situação contratual dos seus parceiros/prestadores de serviços.
Hélder Guerreiro explicou à Lusa que há cerca de 30 anos a Petrogal acabou com parte da manutenção mecânica e elétrica na refinaria e passou a realizar este serviço com recurso a trabalhadores sujeitos a vínculos precários, através de empresas de prestação de serviços, que, por sua vez, subcontratam trabalhadores a terceiras, nomeadamente a empresas de trabalho temporário.
Segundo o SITE Sul, tratam-se de "postos de trabalho permanentes e necessários todos os dias, preenchidos com contratos de prestação de serviço precários, entre a EFATM (cujo maior acionista é o Grupo Mello) e uma série de outras empresas subcontratadas, algumas delas de cedência de trabalhadores e de trabalho temporário (como a Globaltemp)."

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