PCP questiona despedimento na Delphi no Seixal

Empresa do concelho do Seixal  acusada de querer impor despedimento coletivo 

Os deputados do PCP questionaram o Governo sobre o despedimento coletivo de 83 trabalhadores da empresa Delphi, no Seixal, alegando que o objetivo é contratar funcionários "precários e com menos direitos". Os comunistas salientam que a empresa pretende "despedir os trabalhadores mais antigos na empresa, com mais direitos, para os substituir por trabalhadores com vínculos precários, com menos direitos e salários mais baixos".  Já em Outubro do ano passado, o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas, acusou a administração da fábrica da Delphi querer impor aos trabalhadores um novo horário de 12 horas por turno.
PCP acusa Delphi de querer despedir 83 trabalhadores 


"A administração da Delphi, localizada no concelho do Seixal, avançou com um processo de despedimento coletivo de 83 trabalhadores, quando mantém no exercício de funções muitos trabalhadores com vínculos precários, que suprem necessidades permanentes e que deviam ser integrados no quadro da empresa", refere o grupo parlamentar do PCP, em comunicado.
Segundo os deputados comunistas, a Delphi avança para um processo de despedimento coletivo "ao mesmo tempo que procede à contratação de trabalhadores com vínculos precários e com menos direitos".
"Este despedimento coletivo é feito num momento em que ocorre um processo de cisão-fusão entre a Delphi Automotive Systems Portugal, S.A. e a Delphi Powertrain Systems Portugal, Unipessoal, S.A.", frisa.
O PCP salienta que a empresa pretende "despedir os trabalhadores mais antigos na empresa, com mais direitos, para os substituir por trabalhadores com vínculos precários, com menos direitos e salários mais baixos".
Os deputados querem saber se o Governo tem conhecimento do processo de despedimento coletivo, qual o acompanhamento que tem feito da situação e já foi informado do processo.
Questionam ainda sobre eventuais medidas que pensam tomar para assegurar os direitos dos trabalhadores e os postos de trabalho.

Sindicato acusa empresa de impor turnos de 12 horas 
Em Outubro do ano passado, o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI) acusou a administração da fábrica da Delphi, no Seixal, de querer impor aos trabalhadores um novo horário de 12 horas por turno.
"Trata-se de um horário de 12 horas de trabalho durante quatro dias, seguidos de três dias de descanso, situação que não só aumenta o risco de doenças profissionais como também provoca uma maior instabilidade na vida pessoal e familiar dos trabalhadores", disse à agência Lusa Paula Sobral, do SIESI.
Paula Sobral advertia na altura que a ideia não é nova e que a empresa já tem uma centena de trabalhadores temporários com a obrigação contratual de cumprirem os novos horários.
Além de contestar o novo horário, o sindicato lembrava que a Delphi também se prepara para fazer um "despedimento coletivo de 83 trabalhadores", o que significa que a empresa terá também de prescindir durante algum tempo de todos os trabalhadores temporários, porque "não pode proceder ao despedimento coletivo tendo trabalhadores temporários".
"O que me parece é que estão a querer aproveitar a baixa de produção, que acontece quase sempre nos últimos meses do ano, para despedir os trabalhadores mais antigos, com ordenados superiores e mais direitos", disse Paula Sobral.
"E depois, a partir de Janeiro/Fevereiro, com o previsível aumento de produção, esses trabalhadores despedidos serão substituídos por outros trabalhadores, temporários, com menos direitos e a ganharem apenas o salário mínimo nacional", acrescentou.

Agência de Notícias com Lusa 

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