Governo "preocupado" com situação da Autoeuropa

António Costa e o ministro da Economia acompanham “com preocupação” a fábrica de Palmela 

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu, esta terça-feira, estar a acompanhar “com preocupação” toda a situação da Fábrica de Palmela, adiantando que irá continuar a trabalhar no sentido de “promover” um acordo entre ambas as partes. Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse esperar que seja possível "restabelecer a boa tradição" na Autoeuropa, uma "empresa modelo, onde o diálogo social sempre tem permitido ultrapassar problemas laborais". "A esperança que nós temos, o incentivo que temos dado a todas as partes, é que na Autoeuropa seja possível restabelecer a boa tradição que tem sido, aliás, uma imagem de marca da própria Autoeuropa como uma empresa modelo onde o diálogo social sempre tem permitido ultrapassar problemas laborais e onde tem contribuído muito para a melhoria da competitividade da empresa", sublinhou o primeiro-ministro. 
António Costa quer paz social na Fábrica de Palmela 

O primeiro-ministro falava aos jornalistas, em Leiria, onde assistiu à conferência Mobinov (Associação do Cluster Automóvel - uma iniciativa conjunta da Associação Automóvel de Portugal e da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel), sobre a relevância e tendências de futuro da indústria automóvel.
À pergunta se os trabalhadores da fábrica automóvel sediada em Palmela, poderiam estar a dar uma má imagem do país para atrair um novo construtor, o chefe do executivo respondeu: "Não estou a falar de uma parte ou de outra, estou a dizer que no conjunto é essencial que uma empresa, que, aliás, afirmou como uma das suas principais imagens de marca a excelência do seu diálogo social, continue essa excelência de diálogo social e a produzir bons resultados, que têm sido bons para a empresa e para os trabalhadores".
Antes, António Costa realçou a importância do setor automóvel para o país, notando que tem "um peso muito grande nas exportações", sendo que a ambição que o país deve ter é fixar as empresas que existem, assim como "atrair novos construtores para Portugal".
"Para que isso aconteça é essencial que continuemos a ter uma imagem de excelência no exterior, na nossa capacidade científica, tecnológica, da qualidade única da nossa mão-de-obra, da qualidade das nossas empresas, da capacidade que temos de cumprir os prazos e as condições de produção de uma indústria que é muito exigente", adiantou.
A este propósito acrescentou: "No momento em que queremos atrair um novo construtor, ter problemas em alguns dos construtores que já temos, obviamente não seria uma boa solução".

Ministro da Economia acompanha "com preocupação" a situação da fábrica 
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu, esta terça-feira, estar a acompanhar “com preocupação” toda a situação da Autoeuropa, adiantando que irá continuar a trabalhar no sentido de “promover” um acordo entre ambas as partes.
"Acompanhamos [a situação na Autoeuropa] em articulação com o Governo, com o Ministério do Trabalho e com vários outros ministérios. Acompanhamos com preocupação", declarou Manuel Caldeira, em resposta a uma questão feita pelo PSD sobre o que está a ser feito perante toda a situação que se tem vivido nos últimos meses na fábrica de Palmela.
O ministro falava à margem de uma audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
Caldeira Cabral afirmou que "o problema é mais complexo", mas que no entanto "há um potencial e há uma plataforma em que esses acordos podem ser encontrados".
"Gostaria de saber qual a sugestão do PSD", acrescentou o governante, sublinhando ainda que "o nosso trabalho tem sido no sentido de promover esse diálogo, de promover esse encontro de posições e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar. Não é politizando o caso e não é também lançando dúvidas ou tornando isto um caso inédito".
Depois da rejeição pelos trabalhadores de dois pré-acordos sobre os novos horários negociados previamente com os representantes da Comissão de Trabalhadores, a administração da Autoeuropa anunciou a imposição de um novo horário transitório, para vigorar no primeiro semestre de 2018, e a intenção de dialogar com a Comissão de Trabalhadores (CT) no que respeita ao horário de laboração contínua, que deverá ser implementado em Agosto, depois do período de férias.
O novo horário transitório, que entra em vigor nos últimos dias deste mês, com 17 turnos semanais, prevê o pagamento dos sábados a 100 por cento, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25 por cento, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.
Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram em Dezembro uma proposta para uma greve de dois dias, a 2 e 3 de Fevereiro. A CT e a administração têm novas reuniões sobre os novos horários marcadas para esta semana.

Comentários