Aeroporto do Montijo pode criar 20 mil postos de trabalho

Presidente Executivo da ANA quer Montijo como "aeroporto 4.0"

O novo aeroporto no Montijo - que pode ser uma realidade daqui a 5 anos - poderá originar a criação de mais de 20 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Os números são do ministro do Planeamento e Infraestruturas, que abriu o maior evento de aeronáutica em Portugal, o Air Summit, que se realiza em Ponte de Sôr, no distrito de Portalegre até sábado. O governante espera, “no próximo ano”, depois de “acabados” os estudos ambientais e de segurança, avançar com a construção da obra para, “em 2021 ou 2022” ter o aeroporto do Montijo a funcionar. No decorrer da sua intervenção, Pedro Marques considerou que a construção de um aeroporto complementar no Montijo é uma “situação financeira comportável para o Estado”. Nuno Canta, presidente da Câmara do Montijo, garante que a cidade se está a preparar para a chegada desta infraestrutura, tendo em conta que um aeroporto mudará a vida da cidade e da região. E defende que "deve existir um barco por cada avião que chega". 
Montijo continua a reunir "apoios" para novo Aeroporto 

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou hoje que o aeroporto de Beja “não é uma boa solução” como infraestrutura complementar ao de Lisboa, defendendo a opção de construção no Montijo.
“É uma alternativa insuficiente [Beja], eu diria não é uma boa solução para aeroporto complementar porque está demasiado distante de Lisboa, o tempo de transporte dos passageiros transportados, depois aos principais polos, é excessivo face a outros aeroportos complementares que existem no espaço europeu”, disse.
“Os estudos internacionais indicam de forma clara que em comparação com outros aeroportos que têm, em termos de transportes ao centro da região metropolitana, [distâncias] superiores a 30 minutos não são competitivos para aeroportos complementares”, acrescentou.
Pedro Marques falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura do Portugal Air Summit, que decorre no Aeródromo de Ponte de Sôr.
O governante, que elogiou o “cluster” aeronáutico no Alentejo, adiantou que o Governo espera, “no próximo ano”, depois de “acabados” os estudos ambientais e de segurança, avançar com a construção da obra para, “em 2021 ou 2022” ter o aeroporto do Montijo a funcionar.
No decorrer da sua intervenção, Pedro Marques considerou que a construção de um aeroporto complementar no Montijo é uma “situação financeira comportável para o Estado”.
“A ser implementada, como acreditamos, uma solução também equilibrada do ponto de vista do desenvolvimento de toda a área metropolitana de Lisboa e das regiões adjacentes, incluindo o Alentejo”, disse.
Para o governante, a “opção Montijo” vai impulsionar a criação de emprego, estimando-se que possa gerar a prazo “20 mil postos de trabalho diretos e indiretos”.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas enalteceu ainda o investimento feito em Portugal no setor da aeronáutica nos últimos 10 anos, transformando o país num “’player’ [ator] importante” a nível mundial.

Montijo quer um barco por cada avião que aterre 
Uma nova rede de transportes está a ser pensada e trabalhada entre o Governo e a Câmara do Montijo. Para Nuno Canta, "o que está pensado é um shuttle entre o Aeroporto do Montijo e o Aeroporto Humberto Delgado é um 'shuttle', um autocarro mais rápidos do que os normais de modo a fazer uma ligação bastante eficaz entre um aeroporto e outro. Depois, obviamente, haverá todo o tipo de transportes, quer por companhias de transportes públicos, quer por táxis, etc. Tudo isso será muito desenvolvido, mas onde a cidade aposta mais é no transporte fluvial", diz o chefe do executivo da Câmara do Montijo.
"Achamos que deve existir um barco por cada avião que chega e vai haver necessidade de haver um aumento significativo de barcos e ligações a Lisboa e, mais do que tudo, dizemos que este transporte deve ser panorâmico, criando logo à partida uma ligação dos turistas com o estuário e com Lisboa. A partir dessa ideia de barcos panorâmicos achamos que todo o turismo ligado ao estuário e às travessias do estuário poderá ser incentivado e uma mais valia económica para a região de Lisboa", sublinha Nuno Canta.

ANA quer aeroporto 4.0 
Na conferência crescimento da economia portuguesa: mitos e realidades, em Lisboa, o responsável informou que se “está a definir o conceito do aeroporto” do Montijo, uma solução que se avançar irá possibilitar 72 movimentos por hora, em vez dos cerca de 38 atuais apenas no aeroporto Humberto Delgado.
Carlos Lacerda referiu a sua vontade de fazer do Montijo um “aeroporto 4.0”.
“Gostava de fazer disso uma bandeira”, resumiu o responsável, lembrando as “poucas oportunidades de criar um aeroporto de raiz”.
O dirigente afirmou a vontade de no Montijo, caso se oficializasse a escolha do local para o novo aeroporto, haver um elevado grau de eficiência, nomeadamente a nível da “otimização de processos” para que haja taxas aeroportuárias mais competitivas e captação de operações.
“Eficiência também para permitir uma operação muito rápida e para as companhias permanecerem pouco tempo” no aeroporto, acrescentou o empresário, precisando que as companhias aéreas de baixo custo permanecem, em média, 25 minutos.
O presidente executivo da ANA notou como os “aeroportos têm que ser máquinas afinadas, e qualquer distorção introduz um efeito muito grande na operação”, sublinhando que não se pode “ter o tipo de situação” como problema no abastecimento de combustíveis de aeronaves, como se registou há cerca de duas semanas em Lisboa.
O responsável aproveitou ainda para notar o rácio registado na empresa que gere os aeroportos nacionais: “um milhão de passageiros para mil postos de trabalho”.

Agência de Notícias 

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