Trabalhadores da Portucel protestaram em Lisboa

Funcionários reúnem hoje em plenário

Segundo o coordenador da comissão de trabalhadores, Fernando Bragança, está em causa a manutenção de direitos, como o seguro de saúde e outras regalias, que podem implicar a perda de 100 a 150 euros por mês a cada trabalhador.

Trabalhadores da Portucel continuam a luta

Cerca de 50 trabalhadores da Portucel de Setúbal protestaram terça-feira em frente ao hotel Altis, onde decorreu a assembleia-geral da empresa, para dizer aos accionistas que é “do interesse de todos” manter os seus direitos.
As reivindicações dos trabalhadores estão expressas nos cartazes que exibem: “Manutenção do Acordo de Empresa (AE) e aplicação a todos os trabalhadores” e “Retirada da proposta de denúncia do Acordo de Empresa e do banco de horas”.
Em causa está, segundo o coordenador da comissão de trabalhadores, Fernando Bragança, a manutenção de direitos, como o seguro de saúde e outras regalias, que podem implicar a perda de 100 a 150 euros por mês a cada trabalhador.
“A empresa vivia uma paz social até agora, têm tido lucros fabulosos, não compreendemos porque é que de repente têm esta atitude”, lamentou líder da comissão de trabalhadores da empresa de Setúbal.

Empresa diz que reparte lucro com trabalhadores
A administração não tem a mesma opinião: “Uma das principais componentes remuneratórias, que é o prémio de desempenho, atingiu nos últimos três anos, 2,5 remunerações mensais/ano. Na sequência da AG que se realizou terça-feira, em que as contas foram aprovadas, será pago no mês de abril o prémio de desempenho relativo a 2011 e que corresponde, em média, a 2,8 remunerações mensais”, adiantou a responsável pela comunicação da empresa.
Ana Nery disse que se trata de “um incentivo” que não tem paralelo no país. “É isso que a empresa faz, distribuir junto dos seus colaboradores o lucro que obtém”, frisou.
Sobre o seguro de saúde adiantou que é uma das matérias que está a ser negociada, admitindo que “vai manter-se o que existe actualmente se não houver acordo”.

Negociações suspensas com uns e fechadas com outros

Trabalhadores discutem hoje mais acções de luta 

As negociações sindicais com a FIEQIMETAL, Federação Intersindical afecta à CGTP que convocou a acção de ontem e greves parciais, estão suspensas, mas a administração da Portucel afirmou na semana passada que as principais cláusulas pecuniárias já estão acordadas com outros dois sindicatos da UGT (SINDETELCO e FETESE).
A Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas (FIEQUIMETAL) é, no entanto, a estrutura mais representativa dos trabalhadores da Portucel, abrangendo cerca de 90 cento do total, segundo Américo Flor, do SINDSul, um dos sindicatos pertencentes à estrutura afecta à CGTP.
Questionada sobre este facto, Ana Nery respondeu que “a Portucel está a evoluir nas negociações com os sindicatos que estão disponíveis para dialogar”, acrescentando que “o que vier a ser acordado será aplicado a todos os trabalhadores”.

Trabalhadores reúnem hoje em plenário
Américo Flor explicou que os trabalhadores têm três reivindicações: manter o actual Acordo de Empresa (AE) e alargar a sua aplicação a todas as empresas do grupo, retirar a proposta de denúncia do AE e o banco de horas e aumentos salariais que permitissem repor o poder de compra “comido” pela inflação de 2011.
“Viemos aqui acompanhados dos trabalhadores manifestar o nosso desagrado com as atitudes que a administração está a tomar e entregar uma carta aos accionistas” na qual se apela a uma resposta positiva a estas reivindicações, declarou o sindicalista, adiantando que está agendado um novo plenário para hoje.

Agência de Notícias 

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