Empresa suspeita de poluir solo em Setúbal continua ativa apesar de denúncias

Presidente da Câmara exige ação imediata contra empresa suspeita de poluição

Num protesto simbólico e carregado de indignação, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, esteve em Poçoilos, no terreno onde continuam a ocorrer descargas ilegais de efluentes por parte de uma empresa suspeita de tratar resíduos industriais perigosos. O objetivo foi claro: exigir respostas e ação efetiva das entidades competentes.
Câmara denuncia continuidade de atividade poluente

A denúncia foi inicialmente feita pelo município às autoridades após relatos da comunicação social. A Câmara deslocou-se ao local, recolheu evidências e encaminhou o caso à CCDR-LVT – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo –, entidade responsável pela emissão de licenças e fiscalização desta atividade.
“É lamentável que a atividade continue, mesmo após a denúncia e os contactos efetuados”, frisou André Martins. O autarca lembra que esta não é a primeira vez que uma empresa, com o mesmo grupo de proprietários, é apontada por intervenções ambientais lesivas no concelho.
Ao lado da vereadora do Urbanismo, Rita Carvalho, e do presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Luís Matos, o presidente reafirmou que a autarquia “não vai cruzar os braços” perante a inércia. “O cheiro é inconfundível. O gerador está ligado. A empresa está a laborar”, afirmou, identificando a entidade em causa como a Composet, especializada no tratamento de resíduos perigosos.

“É preciso agir: o ambiente e a comunidade não podem continuar a ser ignorados”
Autarcas em protesto junto ao terreno contaminado
André Martins recordou um episódio anterior em que, perante pressão pública e mediática, as autoridades acabaram por agir – ainda que com atraso. Desta vez, sublinha, a situação é mais clara: a origem dos resíduos está identificada e visível.
O presidente da Câmara não descarta novas formas de pressão, inclusive a possibilidade de impedir fisicamente a entrada de camiões no terreno, caso a CCDR-LVT continue sem atuar. “Não podemos intervir dentro das instalações, mas vamos analisar juridicamente como podemos agir no exterior”. 
Além da ação direta, o autarca defende uma fiscalização mais rigorosa a estas empresas e um controlo mais apertado sobre os destinos dos resíduos perigosos. “É preciso saber quem lucra com esta atividade ilegal e quem está a prejudicar o ambiente e a saúde pública”, alertou, questionando o processo de licenciamento de empresas que, segundo afirmou, “mudam de nome e de local sempre que surge um problema”.
No final da visita, ficou a promessa de vigilância contínua e pressão constante até que as entidades competentes atuem. “Não se pode permitir que a impunidade ambiental continue a contaminar o território e a confiança das populações”, diz o autarca. 

Agência de Notícias 
Fotografia: CM Setúbal 

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