Estudantes de Setúbal criam programa de reabilitação respiratória

Projeto Pivot oferece reabilitação respiratória gratuita para pacientes com DPOC

A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) afeta milhares de pessoas, comprometendo a qualidade de vida e limitando atividades do dia a dia. Em resposta a esta realidade, um grupo de cinco alunos finalistas da licenciatura em Fisioterapia do Instituto Politécnico de Setúbal lançou o Projeto Pivot, um programa gratuito de reabilitação respiratória que promete fazer a diferença. Estima-se que cerca de 800 mil portugueses sofram de DPOC, representando aproximadamente 14 por cento da população com mais de 40 anos.

Projeto oferece reabilitação respiratória gratuita para pacientes


Orientado pela Professora Doutora Sara Souto-Miranda e em parceria com a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, o projeto tem como objetivo "melhorar a capacidade funcional, reduzir sintomas como falta de ar e cansaço, e proporcionar maior autonomia aos participantes", disseram os estudantes à ADN-Agência de Notícias. 
O programa terá duração de oito semanas, com início marcado para 3 de Março e término em 9 de Maio.
As sessões serão presenciais e ocorrerão três vezes por semana no pavilhão gimnodesportivo do Instituto Político de Setúbal, combinando uma vertente física com uma componente educacional.

Quais os benefícios do programa e quem pode participar?
Alunos pretendem ajudar população até 9 de Maio
Os participantes terão acesso a sessões de fisioterapia respiratória, incluindo higiene brônquica, fortalecimento muscular e treino aeróbio. Além disso, haverão workshops sobre estratégias de autogestão da doença e discussões em grupo, promovendo apoio e troca de experiências entre os utentes.
Os ganhos esperados incluem: redução de hospitalizações e custos médicos, menos sintomas de cansaço e ansiedade, aumento da capacidade funcional e autonomia, melhoria da qualidade de vida e integração comunitária
O recrutamento está em andamento e destina-se a adultos (mais de 18 anos) diagnosticados com DPOC que estejam clinicamente estáveis. A participação é totalmente gratuita.
Se tem interesse ou conhece alguém que possa beneficiar deste programa, entre em contacto e inscreva-se já através do perfil do Instagram do Projeto Pivot

A epidemia silenciosa em Portugal
DPOC: Desconhecimento e prevalência em Portugal
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) tem-se afirmado como uma das principais causas de mortalidade a nível global, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial e o quinto em Portugal. Apesar da sua gravidade, um estudo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) revela que mais de 70 por cento dos portugueses desconhecem esta doença.
A DPOC caracteriza-se por sintomas respiratórios persistentes, como tosse crónica, produção de expetoração e falta de ar, especialmente durante atividades físicas. Estes sinais são frequentemente subestimados ou atribuídos ao envelhecimento ou ao tabagismo, o que atrasa o diagnóstico. A espirometria é o exame de eleição para confirmar a presença da doença, avaliando a função pulmonar do paciente.
Estima-se que cerca de 800 mil portugueses sofram de DPOC, representando aproximadamente 14 por cento da população com mais de 40 anos. Destes, uma parte significativa apresenta formas moderadas a graves da doença. No entanto, calcula-se que cerca de 70 por cento dos casos permanecem por diagnosticar, o que impede intervenções terapêuticas precoces e eficazes.
O tabagismo é identificado como o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC, sendo responsável por cerca de 90 por cento dos casos. Outros fatores incluem a exposição a poluentes ambientais, como fumos industriais e domésticos, e predisposições genéticas, como a deficiência de alfa-1 antitripsina.
A DPOC representa uma ameaça silenciosa à saúde pública em Portugal. O aumento da literacia em saúde, aliado a estratégias de prevenção e diagnóstico precoce, é crucial para combater esta doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. 
É por isso que o Projeto Pivot, constituído pelas alunas Joana Rosado, Beatriz Cruz, Beatriz Jesus, Inês Leal e, pelo aluno, Luís Almeida, é tão importante para a tomada de consciência da doença. Só tem de ir. É gratuito. 


 

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