Barcos típicos do Tejo estão em exposição em Corroios

Muletas, botes, canoas, fragatas, faluas, varinos e catraios lembram a vida das populações ribeirinhas 

O Núcleo do Moinho de Maré de Corroios – extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal – tem patente, até final de 2024, a exposição Os Barcos e as Atividades Humanas no Seixal, que dá a conhecer alguns dos principais tipos de embarcações usadas no estuário do Tejo e que foram de extrema importância para a vida das povoações ribeirinhas até meados do século XX.  
Barcos tradicionais contam as histórias do povo da beira-rio

Associadas às diversas atividades, distinguem-se as embarcações de pesca, como a muleta, o bote da tartaranha, a enviada ou bote do Seixal, o tapa-esteiros e as canoas, e ainda as embarcações de transporte de bens, mercadorias e pessoas, tais como o barco dos moinhos, o bote do pinho, a fragata, o varino, a falua e o catraio.
Paulo Silva, presidente da Câmara do Seixal, explica que "esta mostra dá-nos a conhecer uma atividade económica que, no passado, foi fundamental para a vida das populações, nomeadamente para o fornecimento de bens à capital e para a circulação de pessoas e produtos. Por isso, conhecer melhor a atividade piscatória significa aprofundar os conhecimentos sobre a evolução deste território e das suas atividades humanas. A diversidade de tipos de embarcações que navegaram e trabalharam no Tejo evidencia essa importância, que se manteve até à construção das pontes sobre o rio e ao desenvolvimento dos transportes terrestres".
De facto, as características do território do Seixal, ligadas à sua localização junto ao rio Tejo, influenciaram o percurso humano do concelho que, por sua vez, também transformou esse mesmo território. Essa influência, potenciada pela proximidade a Lisboa, refletiu-se no desenvolvimento de um conjunto de atividades económicas, ao longo da sua história, até à atualidade. 
Dessas atividades destacam-se: a agricultura e a moagem (esta última utilizando a força das marés, ambas importantes entre os séculos XV e XX); a pesca, praticada em áreas do estuário do Tejo e no mar (sobretudo entre o século XVII e meados do século XX); a construção naval em madeira e, ainda, as indústrias, entre finais do século XIX e meados do século XX.
A exposição pode ser visitada até 31 de Dezembro do próximo ano, de terça a sexta-feira, das 9 às 12 e das 14 às 17 horas, e ao fim de semana, entre as 14 e as 17 horas.

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