Sesimbra quer reunir mais de 700 mergulhadores para bater recorde mundial

Maior limpeza subaquática do mundo acontece a 24 de Setembro 

O mar de Sesimbra espera mais de 700 mergulhadores de todo o mundo no próximo dia 24 de Setembro, para uma inédita campanha de limpeza subaquática. A iniciativa Em Defesa dos Oceanos – que pretende bater o recorde mundial com o maior número de mergulhadores presentes numa ação de limpeza aquática – visa também "reforçar a importância das ações de proteção da vida marinha e do combate às alterações climáticas", diz a Câmara de Sesimbra em comunicado.  A Oceanum Liberandum, associação que promove esta iniciativa em parceria com a Câmara de Sesimbra e com o apoio de várias entidades, entre as quais a EDP, Vostok e Seiko e algumas das principais organizações de mergulho do mundo, tem a ambição de reunir participantes suficientes para quebrar o recorde atingido em 2019, na Flórida: 633 mergulhadores em 24 horas.
Há toneladas de lixo debaixo de água 

Qualquer mergulhador certificado poderá participar nesta ação de limpeza subaquática, tendo apenas de inscrever-se no site da Oceanum Liberandum ou, presencialmente, nos centros de mergulho aderentes. A inscrição tem um custo de 15 euros (que já inclui a garrafa de ar e pesos), sendo que o valor da receita reverte para os centros de mergulho locais que vão assegurar parte do apoio logístico. O aluguer de equipamento também é possível no dia do evento, dependendo o custo adicional do centro de mergulho que o disponibilizar.
O evento terá início às 8 horas do dia 24 de setembro. Cada mergulhador fará o registo no Porto de Abrigo de Sesimbra, antes de entrar na embarcação, sendo-lhe atribuída uma hora de saída do mar. Os participantes serão depois transportados do porto até à zona de mergulho, ao longo de várias vagas ao longo do dia. Cada mergulho terá uma duração máxima de 30 a 40 minutos.
Todos os participantes recebem ainda uma t-shirt alusiva ao evento e acesso a um sorteio que inclui cursos de e-learning e computador de mergulho, entre outras ofertas. Além dos mergulhadores que estarão envolvidos na limpeza subaquática, a organização pretende ainda mobilizar voluntários que ajudem na separação e contabilização dos resíduos recolhidos. 
Os mesmos podem indicar a disponibilidade para ser voluntário de terra através do email da associação. A organização pretende dar uma nova vida a esses resíduos, tentando que a maioria seja reutilizada na criação de peças de vestuário, móveis ou peças de arte.

A mergulhar pelo oceano
Ação de limpeza subaquática quer bater recordes 
Criada no final de 2021 por Débora Laborde e Rúben Galante, a Oceanum Liberandum nasceu com a missão de alertar para os problemas que os oceanos enfrentam e sensibilizar para a urgência de proteger a vida marinha. "Um projeto que envolve a prática de mergulho e ações de limpeza subaquática em diversas partes do mundo. Com esta iniciativa na costa de Sesimbra, a associação não só pretende unir centenas de pessoas numa prática desportiva, sustentável e em prol de uma causa ambiental, como também demonstrar que os resíduos marinhos podem ter uma segunda vida além do aterro como destino final", diz a organização. 
A escolha de Sesimbra para este evento de dimensão global deve-se ao facto de ser considerada pelos adeptos de mergulho como "uma das melhores zonas do país para a prática da modalidade", conforme explicam os promotores da iniciativa. À riqueza e variedade da fauna e flora, junta-se a tranquilidade das suas águas, que facilitam o mergulho em qualquer altura do ano.
Entre os locais na costa de Sesimbra que podem ser explorados a pouca profundidade, mesmo pelos mergulhadores menos experientes, destacam-se a Baleeira, próxima do Cabo Espichel, Pedra do Leão, Jardim das Gorgónias, a leste da Baía de Sesimbra, Ribeiro do Cavalo e Pedra da Mula, ambas a oeste da vila – aqui é possível observar nudibrânquios multicolores, gorgónias, polvos, santolas e peixes de várias espécies. 
"É este ecossistema que a ação Em Defesa dos Oceanos pretende usar como mais um exemplo do que é urgente proteger no planeta e por um futuro mais sustentável", sublinha a organização. 


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