TST suspende viagens entre a margem sul e Lisboa

Península de Setúbal perde ligação rodoviária à capital portuguesa 

A Transportes Sul do Tejo (TST) vai suspender as viagens entre a margem sul e Lisboa, tanto pela ponte 25 de Abril como pela ponte Vasco da Gama, mantendo apenas as ligações aos terminais fluviais e ferroviários do distrito de Setúbal. A empresa entra em lay of a partir desta quinta-feira, com suspensão do contrato de 340 trabalhadores e redução do horário de trabalho a outros 140 profissionais. A transportadora justifica a sua decisão com o resultado da quebra na procura pelas restrições sociais impostas pelo Estado de Emergência, mas manterão serviços mínimos. Por enquanto ainda não há data para que o serviço que, num cenário normal leva centenas de pessoas por dia à capital, regresse ao normal.
Margem Sul sem acesso a Lisboa por autocarro

Em comunicado, a TST informa que que espera voltar ao serviço habitual em breve. Para já, o objetivo é manter os postos de trabalho dos trabalhadores e responder à redução da procura devido ao estado de emergência.
No total, o grupo de transportes de passageiros Arriva vai colocar em lay-off 68 por cento dos seus 1500 colaboradores em Portugal, a partir de quinta-feira.
Segundo a empresa, "o recurso ao 'lay-off', bem como os ajustes na oferta dos serviços são algumas das medidas tomadas no sentido de minimizar os efeitos desastrosos que a atual situação está a causar".
A Arriva Portugal, que opera em vários concelhos do Norte, em Lisboa e na margem sul do Tejo, está, segundo Rita Lourenço, "bastante apreensiva" com a ausência de linhas de crédito específicas para o setor dos transportes públicos.
"A ausência, até ao momento, de linhas de crédito específicas para o setor dos transportes, que permitam dar resposta aos problemas de tesouraria com que nos deparamos, deixa-nos bastante apreensivos, uma vez que necessitamos de cumprir com as nossas obrigações, nomeadamente o pagamento de salários", explicou.
A Arriva Portugal opera através da Transportes Sul do Tejo (TST) nos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Palmela, Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete e Lisboa e da Arriva Transportes nos concelhos de Guimarães, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Braga, Barcelos, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Porto.

TST pediu às pessoas para comprar passe em Abril 
A TST lançou, no final de Março, uma campanha para lembrar aos clientes a necessidade de continuarem a comprar os passes mensais, por forma a que a empresa possa assegurar todos os postos de trabalho.
Na altura, dizia a transportadora [única que presta serviço entre a península de Setúbal e a capital portuguesa] ao "comprar o seu passe está a fazer o que está certo, a mover os autocarros e a contribuir para a sustentabilidade do setor", disse a rodoviária da Península de Setúbal, que, segundo uma resposta escrita enviada à Lusa, regista uma redução de cerca de 80 por cento no número de passageiros, desde que foi declarada a pandemia da covid-19. 
Para combater a propagação da doença, deixou de ser possível validar os passes e comprar títulos a bordo, o que, na visão da TST, "instalou na população um sentimento errado de que viajar de autocarro é gratuito".
No entanto, a empresa lembrava que a compra dos passes, "além de ser uma atitude responsável, permite aos muitos trabalhadores do setor assegurarem os seus postos de trabalho".

Agência de Notícias

Comentários