Localidades junto ao Tejo e Sado podem ficar debaixo de água
O estudo, que foi encomendado pela autarquia de Lisboa e foi apresentado na sexta-feira, conclui que, em muitas localidades, as populações vão ter de aprender a conviver com cheias frequentes e problemas de saúde decorrentes do calor. Muitas habitações e projetos públicos, como o possível futuro aeroporto do Montijo, podem ficar inundados.
De acordo com o jornal Público, que avançou a notícia, a erosão costeira e o recuo da linha de costa irá afetar sobretudo o concelho de Almada.
Segundo o especialista, a subida do nível das águas do mar é um dos pontos prioritários e avança que esta cidade do concelho de Almada deverá enfrentar uma relocalização de algumas áreas edificadas.
"A curto prazo o que mais me inquieta é a questão costeira, nomeadamente o caso de Almada. Temos até compromissos de retirada de algumas áreas edificadas que estão críticas, expostas ao risco de galgamento e inundação. Já está consagrado e inclusivamente o Governo aprovou", avançou.
“Esta questão é transversal a todo o território. Estamos a ver que as casas, as indústrias e a ocupação junto ao mar e nos estuários estão em risco e vai custar muitos milhões para conseguirmos retirar muita da ocupação que essas zonas têm atualmente ou para procurar minimizar esses efeitos”, argumenta.
O Coordenador do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas fala numa situação crítica que exige medidas imediatas. Toda a costa portuguesa vai ser afetada pelas alterações climáticas e pela subida do nível da água, mas o concelho de Almada, nomeadamente na Costa de Caparica, será o caso mais grave se não forem implementadas medidas. O alerta é dado por um dos coordenadores do Plano de Adaptação às Alterações Climáticas, da Área Metropolitana de Lisboa. Mas o novo aeroporto do Montijo, Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos, na Moita e a Freguesia do Sado, em Setúbal, são as localidades onde há mais preocupação. Há prédios no concelho de Almada que vão ter de ser relocalizados.
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Subida do Mar coloca em risco Costa de Caparica |
O estudo, que foi encomendado pela autarquia de Lisboa e foi apresentado na sexta-feira, conclui que, em muitas localidades, as populações vão ter de aprender a conviver com cheias frequentes e problemas de saúde decorrentes do calor. Muitas habitações e projetos públicos, como o possível futuro aeroporto do Montijo, podem ficar inundados.
De acordo com o jornal Público, que avançou a notícia, a erosão costeira e o recuo da linha de costa irá afetar sobretudo o concelho de Almada.
Segundo o especialista, a subida do nível das águas do mar é um dos pontos prioritários e avança que esta cidade do concelho de Almada deverá enfrentar uma relocalização de algumas áreas edificadas.
"A curto prazo o que mais me inquieta é a questão costeira, nomeadamente o caso de Almada. Temos até compromissos de retirada de algumas áreas edificadas que estão críticas, expostas ao risco de galgamento e inundação. Já está consagrado e inclusivamente o Governo aprovou", avançou.
De acordo com Sérgio Barroso, as "implicações da subida das águas do mar dentro dos estuários do Tejo e das águas do Sado representam um problema para o qual não estamos preparados".
À Rádio Renascença, Nuno Matias, vereador do Ambiente da câmara de Almada, explica que a autarquia já identificou as necessidades de realojamento de habitantes em zonas de risco. "Uma das coisas que a câmara tem vindo a desenvolver é, exactamente, a identificação das necessidades de realojamento reais de bairros que estão situados em zonas de risco", esclarece.
Para Francisco Ferreira, da Zero, a preocupação deveria ser nacional, pois as alterações climáticas vão afetar toda a costa litoral portuguesa. “Esta questão é transversal a todo o território. Estamos a ver que as casas, as indústrias e a ocupação junto ao mar e nos estuários estão em risco e vai custar muitos milhões para conseguirmos retirar muita da ocupação que essas zonas têm atualmente ou para procurar minimizar esses efeitos”, argumenta.
Moita e Setúbal também em risco elevado
Até 2100, os estuários do Tejo e do Sado devem subir cerca de 90 centímetros. A subida das águas em quase um metro é grave porque as entidades e as pessoas “não estão minimamente preparadas para isto” e persiste uma “cultura de ocupação” das zonas próximas aos rios.
“Estes efeitos são mais novos porque não temos memória, não há registos, e é difícil até as pessoas compreenderem que isto vai mesmo acontecer”, disse Sérgio Barroso, responsável técnico pelo estudo.
Há concelhos que tem freguesias onde a totalidade da população está em risco de ficar debaixo de água. Além da freguesia da Costa de Caparica (em Almada), a União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos, na Moita e a Freguesia do Sado, em Setúbal, são os casos "mais graves". Cascais, Oeiras, Sintra, Loures e Odivelas [no distrito de Lisboa] são outros municípios em risco.
O nível do mar subiu 1,7 milímetros por ano durante todo o século XX, num total de 20 centímetros, e essa subida acelerou bastante nas últimas décadas. Na década de 90, a subida anual duplicou, para os 3,6 milímetros por ano, e na década seguinte, entre 2000 e 2013, já era de 4,1.
“Estes efeitos são mais novos porque não temos memória, não há registos, e é difícil até as pessoas compreenderem que isto vai mesmo acontecer”, disse Sérgio Barroso, responsável técnico pelo estudo.
Há concelhos que tem freguesias onde a totalidade da população está em risco de ficar debaixo de água. Além da freguesia da Costa de Caparica (em Almada), a União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos, na Moita e a Freguesia do Sado, em Setúbal, são os casos "mais graves". Cascais, Oeiras, Sintra, Loures e Odivelas [no distrito de Lisboa] são outros municípios em risco.
O nível do mar subiu 1,7 milímetros por ano durante todo o século XX, num total de 20 centímetros, e essa subida acelerou bastante nas últimas décadas. Na década de 90, a subida anual duplicou, para os 3,6 milímetros por ano, e na década seguinte, entre 2000 e 2013, já era de 4,1.
Agência de Notícias com Lusa
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