Médicos de Almada e Seixal com trabalho a mais

Sindicato aconselha médicos a rejeitarem responsabilidades

O Sindicato Independente dos Médicos aconselha os médicos de família a apresentar minutas de exclusão de responsabilidade por "exiguidade de meios" na sequência do anúncio do alargamento do horário do Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal. "De um dia para o outro pretendem impor, sem acordo dos médicos, quatro horas de trabalho depois de uma jornada de trabalho normal e ainda aos fins de semana, em consequência do encerramento da Urgência Pediátrica noturna do Hospital Garcia de Orta", afirma o sindicato num comunicado publicado no seu site.
Médicos dizem que trabalham horas a mais 

O sindicato refere que depois de o Hospital de Setúbal ter tentado impor aos médicos que ultrapassassem o limite legal anual de horas extraordinárias, surge agora "mais uma tentativa no Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal tentando obrigar os médicos de família a trabalho extraordinário superior ao limite legal diário durante a semana".
No comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos "denuncia a intenção de generalizar a prática a todo o país já que o Governo nada está a fazer para resolver os múltiplos problemas de rotura iminente".
Alerta ainda que os utentes desses centros de saúde verão aumentada a dificuldade de acesso às consultas com o seu médico de família, por "prejuízo da organização do seu tempo de trabalho normal, bem como as dezenas de milhares de cidadãos sem médico de família".
"O Ministério da Saúde induz desta forma em erro os cidadãos. Um serviço hospitalar tem um conjunto de médicos especialistas e meios complementares de diagnóstico e de intervenção que os centros de saúde não têm e por isso aumenta o risco para a saúde das crianças a sul do Tejo", adverte.
O Sindicato Independente dos Médicos acusa o Ministério da Saúde de "alimentar a ilusão de solução dos problemas alargando os horários dos centros de saúde", pretendendo ao mesmo tempo "esconder a gravíssima limitação de meios que existe na Urgência Pediátrica dos Hospitais de Dona Estefânia e Santa Maria [ambos em Lisboa] já de si sobrecarregadas antes do período crítico do inverno".

Agência de Notícias com Lusa 
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