Encontrado corpo de mulher desaparecida no Montijo

Filha e genro presos por suspeitas de homicídio bárbaro 


Crime terá sido o culminar de desentendimentos frequentes entre Amélia Fialho, de 59 anos, professora de Físico-Química na Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, e a filha adotiva e o genro. O Tribunal do Montijo decretou nesta sexta-feira prisão preventiva para o casal suspeito de ter matado uma professora, que é mãe e sogra dos arguidos, na sequência de desavenças familiares, disse fonte policial. Segundo a Polícia Judiciária de Setúbal, a professora encontrada morta na quarta-feira, em Pegões, terá sido drogada pela filha adotiva e pelo genro durante o jantar de sábado, antes de ser agredida com um martelo e depois transportada e queimada naquela zona.

Tribunal decretou prisão preventiva a casal 

A professora encontrada morta em Pegões, no Montijo, terá sido drogada pela filha adotiva e pelo genro durante o jantar de sábado, antes de ser agredida com um martelo, revelou nesta sexta-feira à Lusa fonte da Polícia Judiciária de Setúbal. Os dois suspeitos, que foram detidos hoje de madrugada, cerca das duas horas, terão juntado um fármaco à bebida da professora durante o jantar, para a colocarem a dormir, agredindo-a posteriormente com um martelo na cabeça, o que, segundo a convicção da PJ, poderá ter sido a causa da morte, apesar de não haver ainda confirmação científica.
O crime terá sido o culminar de desentendimentos frequentes entre Amélia Fialho, de 59 anos, professora de Físico-Química na Escola Secundária Jorge Peixinho (no Montijo), e a filha adotiva e o genro. Em 2014, a PSP do Montijo foi chamada a casa da família, alegadamente porque a professora terá sido agredida pela filha.
Já na madrugada do último domingo, os dois suspeitos, que também se terão convencido de que a mulher já estaria morta devido às agressões com o martelo, embrulharam o corpo num cobertor e transportaram-no pelo elevador do prédio para a garagem, onde o colocaram na bagageira do carro, referiu a mesma fonte.
A PJ refere que os dois suspeitos levaram depois o corpo para uma zona descampada em Pegões, [antes foram filmados numa bomba de gasolina a comprar o combustível e o isqueiro], onde regaram o cobertor e o corpo com gasolina, provocando um pequeno foco de incêndio que foi combatido pelos bombeiros sem que tivesse sido detetada a presença de qualquer corpo.
Depois disso, reportaram o desaparecimento à polícia e lançaram alertas nas redes sociais, tendo a filha esta quinta-feira dado entrevistas a vários órgãos de comunicação social. Quando questionados acerca da arma do crime, um martelo, o casal terá contado que o lançara ao rio Tejo, a partir da ponte Vasco da Gama, a 40 quilómetros de Pegões. A arma dificilmente será encontrada.

Cadáver encontrado pela GNR de Canha 
O cadáver da professora, totalmente carbonizado e irreconhecível, só foi encontrado ao final do dia de quarta-feira, quando a GNR de Canha voltou ao local do incêndio. Outra fonte da PJ tinha dito inicialmente à Lusa que o corpo foi encontrado na noite de quinta-feira.
A Polícia Judiciária de Setúbal, que já estava a investigar o desaparecimento da professora, verificou que o cadáver, apesar de irreconhecível, era compatível com o corpo da professora desaparecida, de muito baixa estatura, pelo que abandonou a tese de desaparecimento e começou de imediato a investigar o caso como provável homicídio.
Depois de consumarem o crime e de terem queimado o corpo da vítima, o casal ainda tentou afastar as suspeitas que sobre ele pudessem recair, comunicando o desaparecimento da vítima à PSP e nas redes sociais. Por outro lado, tentaram, sem êxito, ocultar eventuais provas que os pudessem incriminar, lavando a casa e a viatura envolvida no transporte do corpo da professora. 
A filha adotiva da professora e o genro foram esta sexta-feira ouvidos no tribunal do Montijo, onde admitiram o crime.  Os dois suspeitos vão aguardar julgamento nos estabelecimentos prisionais de Tires e do Montijo, respetivamente.

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