Jovem julgado por morte de amigo no Alegro de Setúbal

Ministério Público quer condenar jovem por homicídio negligente

O jovem Bruno Cruz vai ser julgado por homicídio negligente, na sequência da queda que vitimou mortalmente o amigo Diogo Montenegro, 17 anos, ocorrida no centro comercial Alegro, em Setúbal, há pouco mais de dois anos. Esta foi a decisão do juízo de instrução criminal de Setúbal, avançou o jornal Correio da Manhã, em relação ao trágico caso que remonta a 16 de Dezembro de 2014, quando os dois jovens seguiam numa escada perto do piso 1 da unidade comercial. Diogo Montenegro, que residia no Pinhal Novo, sofreu uma queda aparatosa de cerca de 10 metros de altura, enquanto “descia as escadas rolantes sentado no corrimão”, caindo desamparado junto aos elevadores do piso 3.
Acidente ocorreu em Dezembro de 2014  no Alegro em Setúbal 

Depois de averiguações e da apreciação de imagens de vídeo (entretanto divulgadas pelo jornal “Sol”), pouco mais de dois anos depois da morte do jovem de 17 anos numa queda das escadas rolantes do centro comercial Alegro de Setúbal, o amigo que seguia com Diogo Montenegro foi acusado pelo Ministério Público do crime de homicídio negligente. 
A investigação, escreve o jornal Correio da Manhã, concluiu que Bruno Cruz, agora com 18 anos, empurrou Diogo mas não teve a intenção de provocar a morte. "O arguido não previu essa possibilidade e não colocou a hipótese de os referidos empurrões causarem o desequilíbrio de Diogo Montenegro e consequentemente a queda que, necessariamente e em virtude da altura, lhe causaria a morte como causou", lê-se na acusação da 1ª secção do DIAP de Setúbal, à qual o jornal  teve acesso. 

Acidente chocou comunidade no Pinhal Novo 
O caso remonta a Dezembro de 2014, um mês após a inauguração do centro comercial, e a uma semana do Natal, quando os dois jovens tinham acabado de sair de uma loja do segundo piso e se dirigiam para o piso inferior, tendo apanhado as escadas rolantes. Bruno e Diogo seguiam na brincadeira e o primeiro empurrou o segundo. 
"Diogo Montenegro não se conseguiu agarrar e caiu no vão das escadas, embatendo no solo, no piso inferior", descreve a acusação. 
Diogo, recorde-se, foi de imediato transportado para o Hospital São Bernardo, em Setúbal, em estado considerado muito grave, onde foi submetido a intervenção cirúrgica, cerca de hora e meia depois de ter sofrido a queda. Acabou por morrer poucos dias antes de completar a maioridade. O jovem do Pinhal Novo foi assistido no local por dois elementos da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (piquete que já se encontrava no local de serviço junto ao cinema) e que, segundo o Comandante Paulo Lamego “actuaram em primeira instância e prestaram o primeiro socorro”.
 A família nunca se conformou com a tese de acidente e os pais da vítima, que residia no Pinhal Novo, constituíram-se assistentes. As imagens de videovigilância foram juntas ao processo e revelaram-se decisivas.

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