Suspeitos de sequestro ouvidos no Tribunal de Setúbal

Menina nega rapto e suspeitos saem em liberdade

Ficaram em liberdade os dois homens, de 35 anos, suspeitos de raptar Daniela Magno, de 15 anos, em Setúbal. Os dois suspeitos estão sujeitos a apresentações regulares às autoridades. Um dos arguidos tem de apresentar-se três vezes por semana numa esquadra e o outro tem de apresentar-se uma vez por semana. Pelo menos um dos homens manteria um relacionamento amoroso com a menor. Às autoridades, a adolescente terá afirmado que estava naquela casa com o namorado de livre vontade. Inicialmente, os dois foram apenas constituídos arguidos, mas o Ministério Público entendeu que deveriam ser detidos e interrogados no DIAP de Setúbal, zona onde residiam com a jovem desde que ela desapareceu da instituição, em Viseu, a 27 de Setembro do ano passado. 
Menina terá fugido de Viseu para viver com dois homens em Setúbal 


O interrogatório aos dois homens esteve agendado para esta quarta-feira, no Departamento de Investigação e Ação Penal de Setúbal, mas acabou adiado para o dia de hoje. Os suspeitos estão indiciados da prática dos crimes de sequestro e de natureza sexual.
Ainda assim, avança o Diário de Notícias, o crime de sequestro - punido de dois a dez anos de cadeia - poderá cair por terra se a menina disser em tribunal que fugiu do Lar de São José e foi viver para Setúbal por sua livre vontade, nunca tendo sido privada de liberdade.
Ora, e segundo o que apurou o Diário de Notícias, terá sido precisamente esta a versão da jovem de Viseu. 
Já quanto aos indícios de crime sexual, a mesma fonte policial, sublinha que por se tratar de uma adolescente a moldura penal é menos gravosa. Enquanto o crime praticado com crianças (até 14 anos) prevê uma pena de três a dez anos, com menores com mais de 14 anos a pena pode ir até aos três anos.
Recorde-se que a menor foi resgatada em Setúbal na madrugada de terça-feira, depois de ter desaparecido do lar, em Viseu, a 27 de Setembro, tendo sido encontrada na companhia de dois homens, entre 30 e 35 anos, que viriam a ser detidos pela PJ. 
Segundo o padre Arménio Lourenço, diretor da Confraria de Santo António, que gere o lar, desde que Daniela Magno entrou na instituição, em Julho, que um automóvel passou a rondar regularmente o lar conduzida por um homem que foi identificado como sendo de Setúbal e que terá trabalhado numa obra situada próxima da casa onde a menor vivia antes de dar entrada na instituição por decisão do tribunal de Viseu.
Um dos homens é canalizador e o outro empregado de mesa. Os suspeitos não têm antecedentes criminais. Ontem, a mãe da menor,  mostrou-se "desiludida" porque "a técnica da Segurança Social disse que só vai permitir um contacto" com a filha quando o caso estiver "mais esclarecido".


Agência de Notícias 

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