Encontro internacional debate riscos em Setúbal

Especialistas de todo o mundo discutem riscos, segurança e cidadania discutidos no Luísa Todi

Especialistas em proteção civil, portugueses e estrangeiros, analisam até esta sexta-feira, em Setúbal, as orientações estratégicas e as ações a implementar para a redução do risco de catástrofes. Os trabalhos da primeira Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania iniciaram-se na quinta-feira, no Fórum Luísa Todi, com uma sessão de abertura em que a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, salientou a importância deste encontro, a decorrer em simultâneo em vários espaços da cidade. “Este é mais um dos contributos que, em Setúbal, quisemos dar para o debate das matérias relacionadas com a segurança, riscos e cidadania, para o aperfeiçoamento dos sistemas de proteção civil e, consequentemente, para a segurança das pessoas e bens”, sublinhou a autarca.
Situações de risco estão a ser debatidas em Setúbal 

Maria das Dores Meira espera que todos os participantes possam sair de Setúbal “mais preparados para responder às questões sempre complexas que se colocam a quem, num quadro de resposta a emergências e catástrofes, tem de tomar decisões sobre o socorro”.
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania, organizada pela Câmara Municipal em parceria com o Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e o Instituto Politécnico de Setúbal integra diversas sessões temáticas, a realizar no Fórum Municipal Luísa Todi, na Casa da Baía, na Biblioteca Municipal, nos Paços do Concelho e na Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.
O evento conta com a participação de cerca de três dezenas de pessoas, entre as quais peritos provenientes de vários países, numa conferência multidisciplinar, com o objetivo da partilha de conhecimento e da aplicação de diversas metodologias com vista à redução do risco de desastre e com potencial aplicação nos domínios da segurança.
Maria das Dores Meira lembrou que o encontro surge no âmbito de um intenso trabalho que o município de Setúbal tem desenvolvido na área da proteção civil, à qual tem dedicado “especial atenção” com a execução de instrumentos de planeamento e a realização constante de exercícios e simulacros.
A conferência que coloca Setúbal, durante dois dias, no centro das atenções resulta do plano estratégico e da diretiva municipal de Proteção Civil para o mandato 2013-2017.
A autarca acentuou que o evento se inspira, igualmente, nas conclusões da terceira Conferência Mundial para a Redução do Risco de Catástrofes, realizada em Março de 2015, em Sendai, no Japão, da qual saiu o novo Quadro de Ação pós-2015, designado de Quadro de Ação de Sendai para a Redução do Risco de Catástrofes 2015-2030.
“Sendai” aponta como prioridades o aumento da perceção sobre o risco de catástrofes, o fortalecimento da governança na gestão do risco, o investimento na redução do risco de catástrofes em prol da resiliência e a melhoria da preparação para uma resposta efetiva e para “reconstruir melhor” na fase de recuperação, reabilitação e reconstrução, com o retorno da normalidade à vida dos cidadãos.
O Quadro de Ação de Sendai introduziu um novo paradigma na forma como devem ser tratadas estas questões, uma vez que o fundamental passa a ser “um conceito de gestão que implica comportamento pró-ativo face às catástrofes”, em vez de um comportamento reativo.
De salientar ainda que o município de Setúbal, como resposta ao comprometimento com estas novas orientações, subescreveu o documento “O Caminho de Florença”, aprovado no Fórum de Altos Representantes sobre a Implementação do Quadro de Sendai ao Nível Local, realizado naquela cidade italiana, em Junho de 2016.

A visão estratégica da cidade sobre o papel da Proteção Civil 
Especialistas de todo o mundo estão na cidade a trocar ideias 
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania é, por isso, apontada como importante para a partilha de conhecimentos e experiências nestas matérias, em diversas sessões que “devem decorrer em ambiente vivo e participado, para que possam sair recomendações com vista à resolução de problemas atuais e futuros”, afirmou José Luís Zêzere, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.
O especialista vincou que neste encontro se cruzam dois triângulos, relacionados com os temas propostos, que se articulam entre si, e com os agentes envolvidos na organização, que o tornam “um evento único”.
Também o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, Duarte Caldeira, sublinhou a “interessante trilogia” que está na base desta conferência. “É muito importante esta parceria entre municípios, comunidade académica e sociedade civil, sobretudo num momento em que é preciso consolidar pensamentos para orientar estratégias e implementar ações”.
O responsável recorda que a proteção civil, uma vez que se centra na salvaguarda dos cidadãos, “é uma questão central do exercício da ação política” e, por isso, aplaudiu a iniciativa da Câmara  de Setúbal, que “tem uma visão estratégica de que pensar e agir nesta matéria é assumir uma conduta civilizacional”.
A sessão de abertura contou ainda com a apresentação de um espetáculo cénico, pelo Teatro do Elefante, a que se seguiu o início dos trabalhos da primeira Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania.
A Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania, que conta com o alto patrocínio da Presidência da República Portuguesa, inclui ainda, ao longo dos dois dias, apresentações temáticas subordinadas aos três temas transversais do encontro, dinamizadas em vários espaços e equipamentos municipais da cidade.
A sessão de encerramento está marcada para as 18h30 do dia 31, no Fórum Municipal Luísa Todi.
O programa completo da Conferência Internacional Riscos, Segurança e Cidadania está disponível na página do evento, nesta ligação.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 
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