Música do mundo para 100 mil pessoas em Sines

Festival Músicas do Mundo encerrou com lotação esgotada 

O Festival Músicas do Mundo despediu-se este sábado dos milhares de visitantes que durante quatro dias não arredaram pé do recinto do Castelo de Sines para assistir aos concertos do afamado festival de world music. Com os números da afluência ainda por fechar, a organização aponta para cerca de 100 mil pessoas. O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas diz que a edição deste ano superou as expectativas. "Tivemos um acréscimo de passes para os quatro dias de 40 por cento, e no palco da avenida da praia a afluência de público foi claramente superior à do ano passado", referiu o autarca, que realçou ainda o comportamento do público do festival. "Não houve incidentes a registar. O público está cada vez mais consciente do comportamento que deve adotar, mesmo tratando-se de espectadores cada vez mais jovens", concluiu o responsável máximo pelo festival, que durante uma semana ofereceu mais de trinta concertos.
Sines tocou música de quatro continentes 

Durante uma semana, mais de 100 mil pessoas visitaram o Festival Músicas do Mundo em Sines e em Porto Covo. Nas duas últimas noites, reinou o maravilhamento deixado por Toumani e Sidiki Diabaté, e pelo Canzoniere Grecanico Salentino.
Ritmos de França, Estados Unidos, Nigéria e Reino Unido esgotaram o Castelo na última noite de Festival Músicas do Mundo, com um público que dançou, cantou e aplaudiu durante mais de quatro horas de espetáculos entre muralhas.
“Tendo em consideração que os números de bilheteira superaram em todos os dias os números de 2014, claramente vamos ter um número acima desse”, disse à Lusa Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, recordando que no ano passado cerca de 90 mil pessoas terão estado no festival.
A aposta na “diversidade” é uma das bandeiras do festival que trouxe à cidade do distrito de Setúbal, géneros musicais para todos os gostos do folk ao rock, jazz e fado e do hip hop à música eletrónica, reggae, funk e metal. “A diversidade que temos em termos de programação, uma vez que estamos empenhados em atingir vários públicos-alvo, contribui, sem dúvida nenhuma, para que os mais jovens possam vir a este festival”, destacou o autarca.
Capicua, Janita Salomé e Ricardo Ribeiro foram alguns dos músicos nacionais a subir aos palcos do festival, por onde passaram também Elida Almeida, de Cabo Verde, Dona Onete, do Brasil, Aline Frazão, de Angola, Ana Tijoux, do Chile, Sagapool, do Canadá, Pascals, do Japão, Shanren, da China, Troker, do México, e Flat Earth Society, da Bélgica, entre muitos outros.
Com nove dias de música sem pausas, ateliês para crianças, exposições, feira do livro, do disco, de artesanato e de roupa, conversas com artistas e apresentação de documentários, o Festival Músicas do Mundo recebeu ao todo 45 projetos musicais oriundos de mais de 30 países diferentes de quatro continentes do mundo, divididos entre Porto Covo e Sines.

"Obrigado por dançarem" 
Durante uma semana mais de 100 mil pessoas passaram pela cidade
Os Moriarty (França/EUA), que já tinham estado no auditório do Centro de Artes em 2008, regressaram a Sines este ano para abrir os concertos da última noite no principal palco do Festival Músicas do Mundo (FMM), enquanto a plateia se foi compondo rapidamente, até encher o Castelo.
Vindos do Mali, Toumani & Didiki Diabaté, pai e filho, cativaram a audiência com duetos de kora, um instrumento tradicional de 21 cordas, também usado pelo projeto do conterrâneo Salif Keita, um dos músicos mais esperados do festival, que subiu ao palco logo de seguida para um espetáculo acústico.
As honras de marcar o ritmo do tradicional lançamento do fogo-de-artifício couberam este ano a Orlando Julius & The Heliocentrics (Nigéria e Reino Unido) com a energia do afrobeat tocado por oito elementos em palco. A festa continuou até ao nascer do sol na avenida Vasco da Gama, junto à baía de Sines, com Yat-Kha (Tuva – Rússia), Alo Wala (EUA/Dinamarca) e de Awesome Tapes From Africa (EUA).
A 17.ª edição do Festival Músicas do Mundo encerrou este sábado com cerca de 6 700 pessoas nos concertos entre as muralhas do Castelo de Sines
Depois de tocar saxofone, teclas e percussão, de cantar, e muito dançar, Orlando Julius, que com os The Heliocentrics entrou em palco no momento em que o habitual fogo de artifício que assinala o último dia do Festival Músicas do Mundo (FMM) subiu ao céu, dizia ao público de Sines: "Obrigado por dançarem!" Mas em Sines o fim do festival não quer dizer "fim". As pessoas de muitos lugares de Portugal e do mundo continuam a fazer "a festa" da cidade mais a sul do distrito de Setúbal. 

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