Festival Terras sem Sombra encerra domingo em Sines

Gastronomia encerra o maior festival alentejano  

Mais de oito mil pessoas assistiram ao Festival Terras sem Sombra, que termina no próximo fim de semana, em Sines, e que contou ainda com 1063 voluntários e alguns músicos, participantes em ações "probiodiversidade", divulgou a organização. O Festival é organizado pela Diocese de Beja, e encerra, no domingo, com um almoço em Sines, pelo 'chef' espanhol César Martín, que apresenta uma ementa que "vai revisitar o peixe, o marisco, o pão, o azeite, a flor de sal, o queijo, as ervas aromáticas, o medronho e mel do Alentejo, interpretando-os à luz da sua própria maneira de entender Portugal", disse a mesma fonte.
Festival Terras sem Sombra chega ao fim este domingo 

A ementa do almoço, que o 'chef' vai executar, num restaurante em frente à praia de São Torpes, "lugar mítico do Caminho de Santiago", é constituída por "Pintada de escabeche", "Paté do campo", "Tártaro de peixe azul do Atlântico", "Bacalhau com creme de alho negro, verduras e azeite de baunilha", "Porco preto confitado com 'parmentier' de batata e laranja".
Do repasto consta ainda uma seleção de queijos - dois alentejanos, um espanhol e um francês -, "para que se reconheçam as diferenças entre eles", e, como sobremesa, "Bosque guloso" e "Lakasito", segundo a mesma fonte.
"O convite a César Martín, 'chef' do mais reputado e premiado restaurante madrileno, o Lakasa, tem como intuito, que este seja o embaixador do Alentejo na capital espanhola", disse à Lusa fonte da organização.
A integração da gastronomia na programação do Festival justifica-se no intuito da "internacionalização do pecúlio de saberes e sabores da dieta alentejana".
"O Alentejo é um território de charneira entre o Atlântico e o Mediterrâneo, que se caracteriza por oferecer uma síntese da geografia e da história das duas macroregiões, traduzida num conjunto de produtos de excelência, ainda não contaminados pela mecanização", acrescenta a organização do festival,
"O Festival Terras sem Sombra, que une a música sacra ao património e à salvaguarda da biodiversidade, tem dado a conhecer as raízes tradicionais desta peculiar fileira, em que a alimentação assume especial protagonismo, destacando-se pela sua perfeita adaptação ao meio ambiente", explicou à Lusa a direcção do festival

Um festival que mostra as potencialidades dos Alentejo 
"Comer, no Alentejo, é, acima de tudo, uma manifestação do 'património do tempo', unindo ao gosto de interação com os outros uma experiência cultural, passaporte para um estilo de vida que afina pela qualidade, sendo os tesouros da gastronomia, parcela fundamental da identidade da região", realça o Festival. .
Cesar Martín é um 'chef' com "uma vasta experiência, desde os seus estudos na escola de hotelaria, em Madrid, em 1989, tendo passado por restaurantes de referência como o Maple ou Balzac", segundo a mesma fonte. Em 1996, abriu seu próprio restaurante, La Abacería, e há cerca de quatro anos está à frente do Lakasa.
"Cozinheiro de mercado, refinadamente simples, César Martín é um mágico na preparação dos produtos de temporada, combinando-os com arte e com respeito pela tradição peninsular, o que lhe tem granjeado as melhores críticas na imprensa da especialidade do país vizinho", disse à Lusa José António Falcão, diretor geral do Festival.
O Festival, sob a direção artística de Juan Ángel Vela del Campo, abriu em março, em Almodôvar, com a atuação dos Schola Antiqua e a realização de uma ação de biodiversidade na ribeira do Vascão. Até 20 Junho, quando cumpriu o seu último concerto, em Beja, o Festival passou por Odemira, Sines, Santiago do Cacém, Grândola, Castro Verde e Moura.
Do cartaz, fizeram parte, entre outros, a Orquestra do Norte, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, o guitarrista António Chainho, a soprano Cristiana Oliveira, o grupo I Turchini, a Capilla Santa María e o tenor Pino De Vittorio.



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