Estado autoriza venda da concessão do jogo em Tróia

Amorim Turismo vende Hotel e Casino de Tróia 

O Governo deu início, por diploma publicado, ao processo de autorização da venda pela Amorim Turismo da Grano Salis, que detém a concessão da exploração do jogo em Tróia. A Amorim Turismo detém a totalidade do capital social da Grano Salis - Investimentos Turísticos, Jogo e Lazer e quer vender a sua participação à BL&GR, que é detida em 75 por cento pelo Fundo de Capital de Risco Aquarius e em 25 por cento pela Amorim Turismo. Os novos donos tem agora que manter entre o centro de congressos e o Tróia Design Hotel "uma ligação funcional" com o casino de Tróia, garantindo que estes activos permanecem na propriedade da concessionária durante o período de concessão da zona de jogo de Tróia. Os activos só podem ser vendidos com autorização do Governo. A operação inicial da venda foi anunciada em Novembro e deverá ficar concluída em breve.
Casino de Tróia entrou em funcionamento em 2011 


O Estado autorizou a Amorim  - Entertainment and Gaming International, a vender a totalidade do capital social da Grano Salis Investimentos Turísticos, Jogo e Lazer, que detém a concessão da exploração do jogo em Tróia, "bem como os activos de que esta seja directa ou indirectamente titular, à BL&GR", segundo um decreto-lei publicado no final da semana passada em Diário da República.
Recorde-se que o negócio foi inicialmente anunciado em Novembro do ano passado pela Amorim Turismo, liderada por Jorge Armindo, que decidiu vender três hotéis e o Casino de Tróia à Oxy Capital, uma empresa de capital de risco. A venda foi realizada por intermédio do Fundo Aquarius, que pertence a esta sociedade. A Amorim Turismo manteve 25 por cento de participação nestes activos.
Segundo o diploma publicado em Diário da República, "a aquisição da dívida [97 milhões] pelo Fundo Aquarius implicou, ainda, uma reestruturação societária e, consequentemente, uma nova realocação dos activos existentes. Para lhe dar execução, foi constituída uma nova sociedade, a Blue&Green II, que após alteração da denominação social passou a designar-se por BL&GR, e passou a ser detida em 75 por cento pelo Fundo Aquarius e em 25 por cento pela Amorim Turismo e cujo objecto social é fundamentalmente turístico".
Entretanto, a Amorim Turismo resolveu "alienar as acções representativas da totalidade do capital social da sociedade Grano Salis para a sociedade BL&GR, por considerar que esta sociedade poderá promover, de forma mais sustentada, o desenvolvimento turístico da Península de Tróia e melhor assegurar, nesse contexto, a articulação e a integração do Casino de Tróia com o projecto hoteleiro naquela península, tendo para o efeito solicitado a autorização do membro do Governo", referiu o mesmo documento.
Esta alienação traduz-se numa "mera alteração na composição accionista da concessionária (Grano Salis), considerando o Governo que a mesma poderá ser autorizada, desde que se mantenham as obrigações assumidas pela concessionária no contrato de concessão", refere o decreto-lei.
"O Centro de Congressos e o Tróia Design Hotel (...) devem manter uma ligação funcional com o Casino de Tróia em termos tais que, durante todo o período da concessão, os mesmos permaneçam na propriedade da concessionária e, indiretamente, na propriedade da BL&GR, só podendo ser alienados com autorização do membro do Governo responsável pela área do turismo", lê-se no diploma.


Casino de Tróia foi inaugurado em 2011
O negócio dos casinos em Portugal tem vindo a perder clientela nos últimos anos. Nos primeiros seis meses de 2014, as receitas geradas do jogo cifraram-se nos 127 milhões de euros, menos 5,3 por cento do que no mesmo período do ano passado.
A venda dos hotéis e do casino de Tróia à Oxy Capital servirá para a empresa “manter presença na hotelaria”, diz Jorge Armindo. Em Fevereiro o Expresso dava conta da pressão dos bancos financiadores da Amorim Turismo para saldar as dívidas, contraídas com investimento imobiliário, nomeadamente com o projecto de Tróia que nunca teve o desenvolvimento e resultados esperados. O montante global do passivo ultrapassará os 200 milhões de euros.
A Amorim Turismo foi subsidiária da Amorim Investimentos e Participações, SGPS (cujo negócio tem origem na cortiça) mas autonomizou-se em 2005). Chegou a gerir, em parceria com o Grupo Accor, 33 hotéis em Portugal, Cuba e Moçambique. A parceria, que durou cerca de 20 anos, já terminou. De acordo com informação disponibilizada pela empresa no seu site, o portfolio de investimentos na área hoteleira passou a centrar-se no segmento dos resorts e das residências de lazer, criando a marca Blue&Green.




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