Almada pede ao Governo que pague prejuízos do mau tempo

Prejuízos na Costa devem ser assumidos por entidades governamentais

Menos de um mês depois de uma tempestade fazer que o mar galgasse o paredão da Costa de Caparica, os donos dos restaurantes e bares da praia voltaram a ser "invadidos" pelo mar no domingo. São milhares de euros de prejuízo e o inverno ainda não acabou. A Câmara de Almada está "disponível" para apoiar proprietários de estabelecimentos afectados, mas defende que CostaPólis e Agência Portuguesa do Ambiente devem "assumir as suas responsabilidades". A autarquia considera que tem ido além das suas responsabilidades. Os Proprietários de restaurantes queixam-se de falta de resposta por parte das autoridades governamentais.


Câmara quer Governo a pagar prejuízos do mau tempo 

A Câmara de Almada manifestou-se "disponível" para ajudar, mas defende que devem ser as entidades governamentais a suportar os prejuízos provocados pelo mau tempo na Costa de Caparica no fim de semana.
"A Câmara de Almada tem estado a ajudar e já gastou mais de cem mil euros na limpeza de ruas, abertura de valas e na reposição de mobiliário urbano destruído", disse o vereador com o pelouro da Proteção Civil, Rui Jorge Martins.
"Gostávamos que as entidades governamentais que têm jurisdição sobre aquele território - CostaPólis e Agência Portuguesa do Ambiente - também assumissem as suas responsabilidades, sendo que no caso dos particulares devem ser as entidades que recebem as rendas a assumir os prejuízos", disse à agência Lusa, na sequência da preocupação manifestada pelos proprietários dos restaurantes mais afetados pelo forte ondulação, que provocou milhares de euros de prejuízos, acrescentando que a autarquia tem ido muito além das suas responsabilidades.

Proprietários sem respostas da entidades do Estado  
O restaurante "O Sentido do Mar", na Praia do Norte da Costa da Caparica, foi um dos mais afetados pela forte ondulação dos últimos dias, que levou parte da areia que garantia a sustentação do edifício.
"Apesar dos prejuízos elevados, julgo que na quarta ou na quinta-feira consigo estar em condições de voltar a trabalhar, mas à porta do restaurante, no paredão, tenho um buraco de dois metros e nem sequer posso mandar tapar esse buraco porque não tenho autoridade para o fazer", disse à Lusa o proprietário do estabelecimento, Jorge Guerreiro.
"Pago a renda à CostaPólis, mas hoje [ontem, dia 3] de manhã fui lá e nem sequer fui recebido. Já tentei entrar em contacto com a Agência Portuguesa de Ambiente, mas também não foi possível, pelo que deixei o pedido de uma reunião de urgência", lamentou o dono d' "O Sentido do Mar", na praia do Norte. 
Segundo Jorge Guerreiro, a única ajuda veio da Câmara de Almada, que ajudou a fazer o escoamento da água, mas que nada pode fazer nada quanto à reposição de areia, porque não tem a jurisdição da zona.
Este comerciante adiantou que o mau tempo afetou, pelo menos, oito restaurantes nas zonas concessionadas das praias da Costa de Caparica, alguns com prejuízos avultados, a exemplo do que já acontecera no dia 6 de Janeiro.
O presidente da Federação Portuguesa de Concessionários de Praia, João Carreira, lamentou, por seu turno, que os proprietários nos restaurantes afetados pelo mau tempo não saibam sequer a quem se dirigir, depois de terem sofrido prejuízos elevados por duas vezes no espaço de um mês.
"Ainda não se tinham recomposto do que se passou no princípio de Janeiro e já estão com mais problemas, sem saberem com quem falar", concluiu João Carreira.

Agência de Notícias
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