Ultimo dia das Festas Populares

Vinho, sopa caramela, livros e muito rock

A esplanada da zona da gastronomia está pronta a acolher um grande baile popular, o assador de bifanas e as sopeiras trabalham como nunca. O carrocel, os carrinhos de choque, a barraca de tiros e outros jogos estão em alta voltagem. Na última noite, a primeira festa fez-se no palco do coreto com muito rock puro. Griver e Roadies estiveram por lá a convite do Motoclube do Pinhal Novo e o público apareceu. Antes houve provas de vinhos, jantaradas com amigos na gastronomia e a apresentação da Estrada da Revolução, um livro “arrepiante” que conta a aventura de três jornalistas portugueses – um deles natural de Pinhal Novo – na revolução do Mundo Árabe.   

A alegria foi permanente no espaço da gastronomia 
A vida quotidiana pontuada pelas estações do ano é, nos inícios de Junho, suspensa em Pinhal Novo. A terra da cultura caramela vive noites e dias onde o tempo parece agora suspenso... Estava tudo pronto para o último dia das Festas Populares de Pinhal Novo. 
Segunda-feira, dia de Portugal, espera mais uma enchente humana. A tarde de sol convidava a uma visita às tasquinhas de “comes e bebes”. Os licores, o vinho com chocolate, - também o licor de merda e o de Óbidos para quem gosta – o artesanato, as farturas, os coiratos com pão, as pizzas “devoradas” à entrada do jardim, eram locais de paragem obrigatória de uma tarde que começou ao ritmo de ginástica e muito desporto. 
Mas a noite prometia muita música. No palco principal a brasileira Adriana Lua ensaiava os acordes para aquele que seria o ponto final na festa de todos os pinhalnovense de origem e de adopção. Antes disso, os  Rodies e os Griver davam música no palco do coreto para comemorar mais um aniversário do Moto Clube do Pinhal Novo. Mas já vamos à música.

Prova de Vinhos e livros
Tiago Carrasco e João Fontes apresentaram "A Estrada da Revolução"
Antes, foi tempo de provar os melhores vinhos de Setúbal no Pavilhão da Rota dos Vinhos. A família Lobo, de Palmela, trouxe ao Pinhal Novo os melhores vinhos de Palmela. O Lobo Roxo fez, sem dúvida, sucesso entre quem entrou no pavilhão e sentiu o sabor do vinho com marca Assis Lobo. É lobo, é bom... é roxo. Depois, a festa foi de literatura de aventura. 
A Festa recebeu os autores da Estrada da Revolução. A 14 de Janeiro de 2012, três portugueses partiram de Istambul, na Turquia, com destino a Sidi Bouzid, na Tunísia. A rota traçada implicava percorrer 10 países e 15 mil quilómetros, para perceber e testemunhar a famosa Primavera Árabe. Tiago Carrasco, João Fontes [natural de Pinhal Novo] e João Henriques, lançaram-se a caminho dos países do Mundo Árabe para aprenderem do que é feita uma revolução. Das montanhas do Curdistão ao deserto argelino, da calma do Mediterrâneo ao Nilo furioso, da Terra Santa ao inferno sírio, cruzaram dez países, numa estrada de sentido único - A Estrada da Revolução. 
Ao longo do percurso os jornalistas visitaram os campos de refugiados sírios na Turquia, os passos de Lawrence das Arábias na Jordânia, conheceram as famílias dos mártires na Tunísia e no Egipto, e tentam descobrir o que há de novo na Líbia pós-Khadaffi e entraram numa Síria em guerra de maneira clandestina. Temeram pela vida, passaram fome mas viveram experiências únicas. 
A Estrada da Revolução é uma aventura empolgante e um testemunho inspirador para todos aqueles que acreditam num mundo melhor, mais justo e mais livre. 
Esta não foi a primeira vez que embarcaram numa aventura do género. Há dois anos, na altura do Mundial de Futebol na África do Sul, saíram de jipe de Lisboa, atravessaram África inteira e chegaram a Joanesburgo a tempo do campeonato do mundo.
Veja as fotos do ultimo dia AQUI

O palco é dos Roadies
Roadies deram grande espectáculo no palco do Coreto

Depois de levar para casa um exemplar da melhor literatura, era tempo de escutar Rodies e Griver. Os primeiros, num estilo clássico do rock, deram um concerto pujante e eléctrico. “É do tipo de banda que ou se gosta muito ou não se gosta nada e eu adoro”, dizia uma menina que saltava à frente do palco. “Curto este som. Quero mais. Muito mais”, dizia aos pulos.
A banda cabeça de cartaz do Motoclube de Pinhal Novo, deu um grande espectáculo no coreto. A qualidade dos músicos fazem toda a diferença e na voz, o Telmo, é aquilo que sempre é: agressivo em palco e consegue arrastar quem o ouve. É o caso de duas senhoras de idade que estavam sentadas deliciadas a escutar. “Olhe não percebo nada do que ele canta mas gosto do ritmo. É bom sim senhora!”. E estava tudo dito. A banda foi embora ao som de Iron Maiden – para tristeza dos fans que pulavam à beira do palco – porque as 23 horas era a hora do último concerto da noite no palco principal. Mas, mesmo sabendo a pouco, a banda deu um grande espectáculo para quem gosta do puro rock.
A abertura do concerto do Motoclube de Pinhal Novo coube aos Griver que, tal como os “parceiros” de palco, estiveram muito bem no contacto com o público. Eles que vivem o mundo motard como ninguém.
A caminho do principal palco, no meio da multidão o irrequieto rancho Balha Ca Carroça espalhava tradição. As ruas estavam cheias de gente e à frente do palco centenas de meninas e mulheres ensaiavam uma espécie de cantiga para a última banda da noite: Adriana Lua. Mas muitos mantinham-se pela feira, pelos pavilhões comerciais e onde houvesse “comida e bebida”. O grupo étnico da América do Sul também tinha por ali, frente à estação, centenas de fans que acompanhavam o som desta banda que todos os anos está a dar música ao Pinhal Novo.
Veja as fotos do concerto AQUI


Paulo Jorge Oliveira 

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