Uma cidade há procura das marcas do passado nos tempos modernos
A Câmara de Montijo entendeu associar-se à Direcção Geral do Património
Cultural nas comemorações do Dia Mundial dos Monumentos e Sítios que se
assinala a 18 de Abril e que este ano é dedicado ao tema “Património, Educação
e Identidade”, levando a cabo a iniciativa “Quintas com História”, a qual
consiste em visitas guiadas à Quinta do Páteo D’Água, nos dias 18 e 20 deste
mês. Neste dia a autarquia convida ainda a população a descobrir as antigas
chaminés que fizeram história nas antigas fábricas da cidade.
Montijo convida população a ver e preservar as chaminés da cidade |
A Quinta do Páteo D’Água, do século XVI, é para a autarquia um dos mais
emblemáticos imóveis do concelho, situado na Avenida dos Pescadores. As obras
de recuperação mantiveram a traça original do palacete e preservaram todo
espólio existente e foram inauguradas em 2009, sendo o edifício desde então a
sede da Junta de Freguesia de Montijo.
Montijo,
a cidade das chaminés industriais
Uma das imagens de marca da cidade de Montijo
são as suas chaminés das fábricas antigas. Um “importante património” que a
autarquia local quer preservar para memória futura. Até porque estão a desaparecer totalmente do Montijo, duas indústrias que
muito contribuíram para o progresso da nossa Terra, no século XX, a indústria
de cozedura e transformação de cortiça e a indústria cerâmica de barro
vermelho.
A Câmara de Montijo em colaboração com
os promotores imobiliários, tem tido a preocupação de que algumas chaminés das
fábricas “não fossem derrubadas pois constituem um valioso património histórico
e elemento decorativo original das praças, avenidas e jardins das urbanizações
onde estavam instaladas as fábricas”, diz fonte da autarquia.
Quando se fala em sítios e monumentos,
em história e preservação da história, a autarquia de Montijo deixa um roteiro
de antigas fábricas, abandonadas no centro da cidade, onde se pode apreciar as
chaminés da história local.
Onde descobrir as chaminés
Jorge Rodrigues Tavares, cozedura de
cortiça em prancha, situada da Praça dos Descobrimentos;
Cerâmica Nª Sª da Atalaia de Joaquim da Fonseca, aquecimento dos fornos
para cozedura de produtos cerâmicos para a construção de habitações. Tijolos e
telhas, sita na praça da Concórdia;
Cerâmica Viallade de capitais franceses, fundada em 1895, aquecimento de
fornos para cozedura de produtos cerâmicos para a construção. Esta empresa foi
a primeira a fabricar telhas Marselha em Portugal, situada na Avenida Garcia da
Orta;
Mundet& Cia Lda, aglomerados negros de cortiça, situada junto ao
supermercado LLeclerc no Pocinho das Nascentes;
Pablos& Tavares, Lda, cozedura de cortiça em prancha, situada na Rua
Gaspar Nunes. O espaço já é público mas ainda não está tratado.
J.M. Pinto Clara & Filho, Lda, cozedura de cortiça em prancha,
situada no jardim da Quinta do Saldanha. Esta fábrica funcionava nuns armazéns
antigos da Quinta que tinham servido de adega.
As chaminés serviam para libertar os fumos das caldeiras de cozer
cortiça e dos autoclaves nas fábricas de aglomerados negros de cortiça e dos
fornos no caso das cerâmicas.
“Ainda existem três ou quatro fábricas devolutas, com áreas suficientes,
no caso de serem urbanizadas, para serem preservadas as chaminés”, diz a Câmara
de Montijo.
Agência de Notícias
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