CP e REFER voltam à greve a 6 e 7 de Março


Em cada três dias de 2012 dois foram dias de greve na CP

Os sindicatos e comissões de trabalhadores do setor ferroviário agendaram uma greve para 6 de Março na CP e na CP Carga, tendo também decidido a mesma forma de luta na REFER para o dia seguinte. No ano passado, houve 13 paralisações deste tipo que resultou em mais de 30 mil comboios parados e um prejuízo a rondar um milhão de euros.

Em 2012 mais de 30 mil comboios não se realizaram devido a greve 
Em declarações à agência Lusa, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, explicou que a decisão destes dois dias de greve saiu de uma reunião que decorreu em Lisboa e na qual estiveram sindicatos e comissões de trabalhadores que abrangem todo o setor ferroviário.
"Decidimos um dia de greve na CP e na CP Carga no dia 6 de março e na REFER no dia 7 de Março", explicou.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores do setor continuam "a não ter qualquer interlocutor com disponibilidade para fazer um processo de negociação que possa contribuir para a resolução do problema, apesar dos reiterados pedidos que têm sido feitos ao Governo".
"Como as coisas se arrastam e estão em preparação mais medidas que vão atacar os trabalhadores da função pública, estas greves são mais uma forma de voltarmos a colocar os problemas para ver se alguém tem disponibilidade para os resolver", explicou.
A escolha das datas prendeu-se com a intenção de inserir estas greves na semana de luta do setor dos transportes, marcada para a primeira semana de Março, e que, de acordo com o sindicalista, "culminará no dia 9 de março com uma manifestação do setor em Lisboa".
Os ferroviários concentraram-se quinta-feira, de norte a sul do país, numa ação de luta contra a perda de direitos e a destruição da componente social dos caminhos-de-ferro.
Na semana passada, no dia de Carnaval, os trabalhadores da CP, CP Carga e REFER estiveram em greve.

Mais de 30 mil comboios parados em 2012 resultam num prejuízo a rondar um milhão de euros
Segundo a CP, em 2012 foram suprimidos, por motivos de greve, 30.445 comboios o que representou sete por cento dos comboios programados. As greves em feriados têm tido uma forte adesão, afectando seriamente a operação da empresa, com as rupturas no serviço a começarem na véspera. As estimativas a que o ADN teve acesso apontam para um prejuízo na ordem de um milhão de euros por cada dia de 24 horas de greve. No ano passado, houve 13 paralisações destas.
Mas a contestação laboral na empresa não se limita às greves de 24 horas. No ano passado, e segundo os dados dos pré-avisos de greve, terá havido algum tipo de greve – total, parcial e às horas extraordinárias – em 295 dias. Ou seja, em cada três dias de 2012, em dois dias houve alguma paralisação na operadora ferroviária.
Nas linhas suburbanas de Lisboa, a percentagem foi de 6,2 por cento (5 por cento no Porto). Estes serviços estão na linha da frente para a concessão a operadores privados. A operação está prevista para este ano, mas ainda não existem calendário e modelo.
O corte na remuneração ao trabalho extraordinário em dia de descanso semanal ou feriado, que passou para metade com as alterações à legislação laboral, é uma das principais motivações para a contestação laboral.


Agência de Notícias 

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