Santo André homenageou pescadores mortos há 50 anos


 Acidente de há 50 anos matou 17 pessoas

Na passagem dos 50 anos sobre o trágico acidente da Costa de Santo André, ocorrido no dia 9 de Janeiro de 1963, no qual perderam a vida 17 pescadores, a Junta de Freguesia de Santo André, com o apoio da Câmara de Santiago do Cacém, homenageou estes homens, erigindo um memorial naquele local.

Onda gigante em 1963 matou 17 pescadores em Santo André

50 anos depois, o acontecimento que ceifou a vida a 17 pescadores na Costa de Santo André ainda está bem presente na memória dos sobreviventes.
A tragédia que ocorreu na tarde do dia 9 de Janeiro de 1963 e que se abateu na comunidade piscatória da Costa de Santo André, quando inesperadamente uma onda gigante irrompeu pela Lagoa de Santo André provocando a morte de 17 pescadores, marcou as famílias enlutadas e alterou a economia local.
Na passagem dos 50 anos, a Junta de Freguesia de Santo André, com o apoio da Câmara de Santiago do Cacém, homenageou os pescadores e as famílias com um memorial no local.
Um dos sobreviventes, Luís Manuel Pereira recordou a tragédia, explicando que “estávamos a praticar a arte de arrasto de puxar para terra e fomos surpreendidos por uma onda descontrolada que dobrou a Lagoa e fomos apanhados”.
Na altura com 18 anos de idade, Luís Manuel Pereira estava dentro de um dos barcos e justifica a morte dos companheiros e do seu pai com o facto de terem sido arrastados para o fundo por causa do peso das roupas de oleado e por causa das redes.

Onda gigante mudou a vida a muita gente
O dia marcou a vida destas pessoas. Muitas, que ficaram sem condições psicológicas para continuar a exercer a sua atividade, abandonaram a Costa de Santo André e a Lagoa. Na passada quarta-feira, o dia foi de reencontro e de emoção.
O Presidente da Junta de Freguesia de Santo André disse que foi finalmente concretizada uma intenção de há muitos anos que serve para homenagear a população de Santo André, uma vez que o acidente causado por uma onda gigante teve um grande impacto na população de Santo André.
Jaime Cáceres disse ainda que “passados 50 anos, o acidente continua bem presente na memória destes homens que sobreviveram e que perderam familiares e amigos, por isso esta foi a altura certa”.
O Presidente da Junta ainda referiu que “na altura, a Lagoa era arrendada e praticava-se duas espécies de pesca, o chinchorro para os pescadores profissionais e a chinca aberta a toda a população e onde no final da faina o peixe era divido por todos”.
Jaime Cáceres adiantou que segundo relatos dos sobreviventes “estavam 60 pessoas nesse dia na Lagoa quando foram surpreendidos por uma onda gigante. Os homens foram cuspidos e foram ao fundo, 17 morreram. Os sobreviventes da tragédia falam de um dia de horror”.
O autarca lembrou ainda que “a arte xávega ficou irremediavelmente perdida na Lagoa porque quase todas as famílias foram afetadas por este acidente e muitos rumaram para outros locais”.

Homenagem merecida
Vítor Proença, o Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, elogiou a Junta de Freguesia de Santo André que conseguiu concretizar um objetivo dos sobreviventes e das famílias dos pescadores, afirmando que “a Lagoa dá-nos tanta coisa, mas também levou a vida destes homens”.
O programa de evocação da data começou com uma romagem ao cemitério da Freguesia de Santo André, seguindo-se uma missa no restaurante Fragateira, onde no final foi feito um minuto de silêncio em memória das vítimas. O ponto alto da evocação foi o descerrar da placa com os nomes dos 17 pescadores que morreram no acidente. Os sobreviventes colocaram uma coroa de flores no monumento.

Agência de Notícias 

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