Adega Cooperativa de Palmela ganha 34 prémios de qualidade


Vinhos de Palmela elogiados nos Estados Unidos

 

O sucesso do trabalho dos cerca de trezentos produtores vitivinícolas da Adega Cooperativa de Palmela ultrapassou todas as expectativas no último ano com a distinção de vários prémios. O especialista em vinhos norte-americano Doug Frost defende que a vantagem dos vinhos portugueses "é a grande variedade de castas", pelo menos 250, uma diversidade que não existe "em mais lado nenhum".

 
Vinhos de Palmela em destaque em Nova Iorque 

Os vinhos, aguardentes e bagaceiras criadas pela Adega Cooperativa de Palmela conquistaram o ano passado 34 prémios de qualidade, entre os quais 26 prémios internacionais. Esta adega conseguiu assim entrar no mapa mundial da produção vitivinícola de alta qualidade, tornando-a um exemplo de resistência em tempo de crise económica internacional.
Das distinções recebidas, destaque para as 9 medalhas de ouro ganhas em diversos concursos nacionais e internacionais, além de 16 medalhas de prata, 5 de bronze e 4 prémios de mérito. Segundo a adega “o facto de entre os premiados se encontrarem vinhos reserva, tintos, brancos e moscatéis, bem como aguardentes, é bem revelador da variedade e valor dos produtos em causa”.
Ainda de destacar a entrada do Moscatel de 2005, da Península de Setúbal, produzido na Adega Cooperativa de Palmela, na lista dos 10 melhores vinhos portugueses à venda nos Estados Unidos, nomeadamente nas casas da especialidade de Manhattan e Brooklyn, em Nova Iorque. Uma lista da responsabilidade do famoso enólogo norte-americano, Doug Frost.
“Na base do sucesso alcançado está uma estratégia baseada na melhoria da relação qualidade/preço, bem como na criação de novos produtos e marcas que vão ao encontro das preferências dos consumidores, algo só possível graças à forte aposta feita em investigação e inovação tecnológica” salienta a adega.
Fundada em 1955, a Adega Cooperativa de Palmela é um raro exemplo de persistência e de esforço conjunto. Tendo iniciado a sua actividade com 50 associados e uma produção que não excedia os 1,5 milhões de litros, conta hoje mais de 300 associados, 40 funcionários e uma produção que ultrapassa os 8 milhões de litros, 75 por cento dos quais Vinho Tinto, 15 por cento Vinho Branco e 10 por cento Moscatel de Setúbal.

Vinhos portugueses entre os melhores do mundo
O especialista em vinhos norte-americano Doug Frost defende que a vantagem dos vinhos portugueses "é a grande variedade de castas", pelo menos 250, uma diversidade que não existe "em mais lado nenhum".
Doug Frost é jornalista e uma das três pessoas que detem a qualificação de Master of Wine e Master Sommerlier em simultâneo. O americano fez estas declarações na quinta-feira em Nova Iorque, Estados Unidos, à margem do evento "50 Melhores Vinhos Portugueses".
Referindo-se a castas como Touriga Nacional e Alvarinho, Frost diz que "Portugal percebeu que não interessa competir com os grandes produtores de Cabernet ou Sauvignon e isso faz todo o sentido".
A especificidade das castas nacionais é, no entanto, um desafio comercial. "Portugal tem de fazer um trabalho de formação, que é muito difícil, para introduzir o consumidor às suas castas mais especiais".
"O Periquita foi o primeiro [vinho português] que conheci, era um vinho que podia levar para qualquer mesa", diz, acrescentando que foi quando passou a lua de mel em Portugal, em 1985, que descobriu a variedade dos vinhos nacionais.
A visita do americano não foi tranquila: "Fui assaltado no dia que cheguei. Uns amigos emprestaram-me tudo o que precisei. No regresso, duas semanas depois, a única bagagem que despachei foi uma caixa com os vinhos que comprei", contou.
Desde essa altura, visita Portugal a cada dois anos. No Verão passado, regressou duas vezes para degustar mais de 600 vinhos em provas cegas.
"Durante muitos anos, Portugal foi conhecido pelos seus tintos. Agora, está a produzir uns brancos muito refrescantes que podem ter muito sucesso no mercado americano", explica.
Dentro da seleção de 50 vinhos, Doug Frost destacou 10 "Top of the Top", como um Moscatel de 2005 Adega de Palmela, da Adega Cooperativa de Palmela e 10 "Best Values", como o CSL Sousa Tinto 2009, da Casa Santos Lima.
A iniciativa "50 Great Portuguese Wines by Doug Frost" é da responsabilidade da empresa ViniPortugal, que traz o evento para os Estados Unidos depois de dez anos em Inglaterra e três no Brasil.

Agência de Notícias

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