Festas de Pinhal Novo começam hoje

Pinhal Novo abre salão de Festas Populares

Está tudo pronto para a festa. As ruas e avenidas, pátios e tascas, a comunitária mesa de petiscos e animação é, a partir de hoje, a casa de todos os pinhalnovenses e dos milhares de visitantes. Basta, como escreveu um poeta, “que um amigo traga consigo um amigo mais a alegria”. Arraial, comezainas, petiscos tradicionais, feira franca, festa brava, música para os ouvidos, folclore e bailes com ou sem sardinhas voltam a reunir uma comunidade nem sempre vizinha todo o ano. Santamaria, David Carreira Um Zero Azul e Adriana Lua chegam para animar as noites de festa.


Está tudo pronto para o inicio da 17ª. Edição das Festas Populares 

Ponto prévio: as Festas Populares de Pinhal Novo deste ano estiveram na corda bamba. A crise, a quebra de receitas por parte do poder local e das empresas e a falta de apoio do comércio local quase “suspenderam” uma tradição que já tem 17 anos. A determinação da Associação de Festas e o querer do povo de Pinhal Novo tornaram possível a realização de mais cinco dias de festa grande. E como disse, ao ADN, Manuel Lagarto, presidente da Junta de Pinhal Novo, “faz sentido repetir que, se é o povo quem mais ordena e se são do povo as Festas Populares de Pinhal Novo, então que se mantenha a tradição e venham mais cinco ou mais anos da festa maior da freguesia”.
Mas, diz Armando Dias, “É preciso que Pinhal Novo repense as suas Festas e como a população as quer de futuro”. Um tema para reflectir a partir de 10 de Junho.
Nas ruas de Pinhal Novo já se respira e sente a festa grande. Os expositores estão montados, o arraial pronto, os palcos a postos. Até segunda-feira, dia de Portugal, o Pinhal Novo vai esquecer “a crise” e os restantes problemas do país. “É tempo de Festa Grande e de festa rija. É tempo das sopas caramelas – a rainha das populares festas – dos chouriços assados, da vinhaça da boa, de reencontros com amigos no pátio Caramelo ou nas barraquinhas da gastronomia, dos bailaricos dos Balha Ca Carroça.
“Estas são umas Festas que nasceram do povo e têm tido a sorte, mesmo nos momentos de dificuldades, contar com um povo solidário, sendo um agente dinamizador da freguesia e do concelho”, diz Manuel Lagarto. E é assim há 16 anos! E de acordo com o autarca as Festas “vão iniciar um novo ciclo” e a Junta de Freguesia, está presente para afirmar “a vontade de apoiar o maior evento da freguesia”.

Pátio Caramelo mais pequeno
Rita Santos volta a cantar a marcha das Festas Populares 
Mas a festa é do povo. Jaime e Rui, sentados de frente ao Mercado Municipal de Pinhal Novo [onde se realizou a apresentação das Festas] já só aguardam “pela abertura oficial do Pátio Caramelo”. E por lá “que vamos passar a maior parte do tempo com o pessoal amigo”, dizem. As noites no Pátio Caramelo foram, desde sempre, preparadas para os mais jovens, mas pelo grande espaço ao ar livre também passam pais com filhos adolescentes ou empurrando carrinhos de bebés.
Assim, para jovens e menos jovens, pelo Pátio irão passar DJ’s  e algumas bandas de covers e alguns originais. Mas também aqui houve dificuldade disse Armando Dias. “Há pessoas que não gostam das festas e fazem de tudo para dificultar o trabalho”. É o caso de Xavier Santana, um dos proprietários do terreno onde se situa o pátio [traseiras da casa Santa Rosa] que este ano simplesmente “impediu” a instalação do espaço. Assim, de acordo com o presidente da associação de festas, “O Pátio Caramelo será este ano mais pequeno”.
Mónica Gancho arregala os olhos quando ouve falar na animação dos próximos dias. Está desejosa para ver os espectáculos, sobretudo “o concerto do David Carreira [sexta-feira, 7] e das “gargalhadas” com as amigas “nas tascas caramelas” e, claro, os “bailaricos com os Balha Ca Carroça”.
Bruno, que é da terra, já sabe onde vai passar os próximos dias: nos carrosséis, instalados junto à linha do comboio.

David Carreira, Santamaria, Um Zero Azul e Adriana Lua animam as noites musicais
David Carreira chega a Pinhal Novo a 7 de Junho 

Mónica, a sorrir, disse ao ADN que preferia ver Rihanna ou a portuguesa Áurea no Pátio Caramelo. Um desejo muito caro para o orçamento da festa, que este ano ronda os 192 mil euros que chegam para trazer os Santamaria que abre os “grandes concertos”, já amanhã às 23 horas. Sexta-feira sobe ao palco principal (na Praça da Independência), David Carreira [um concerto que promete uma grande procura], Um Zero Azul [sábado, 8] que lançam o primeiro álbum, Uza, esta noite na Musicbox, em Lisboa. A banda que tem elementos de Pinhal Novo brilha na telenovela Dancin’s Days da SIC com o tema “Quem não quer ver”. Os grandes concertos acabam com a presença da brasileira Adriana Lua no último dia de festejos, a 10 de Junho. A festa termina, como sempre, com fogo-de-artifício. 
Para Clara Silva, “a Festa simboliza uma espécie de sala de convívio da terra, em que cada família se reúne com os seus pares e as suas visitas. Servindo, desta maneira, ao estreitamento de laços de confraternização e amizade entre as gentes”.
Mas há mais música. Quinta-feira está de regresso às festas de Pinhal Novo as noites da Popular FM. A Rádio da “música portuguesa” vai trazer ao palco das festas nove artistas populares: Bélito Campos, Sérgio Rossi, Joana, Suzana, Bruno Gomes, Fernando Manuel, Cremona e Matos, Ricardo e Henrique e Rita Santos.

E muita sopa caramela a acompanhar
Os Balha Ca Carroça  apresentou um nome videoclip  
Chegou às festas de mansinho, em brindes de amizade, e hoje em dia faz as delícias de muitos visitantes, das mais variadas idades. Não é apresentada como cabeça de cartaz em nenhum dos dias do certame. Não canta nem dança, mas fumega, quente, de mão em mão, em gamelas de barro especialmente moldadas para o efeito. Quase sempre acompanhada de um copinho de tinto, aconchega quem a escolhe para entrada ou prato principal. Este ano,  a caramela sopa volta a ser a rainha principal entre as comidas.
Dizia Ana Margarida, no dia da apresentação, “quem não comeu Sopa Caramela, não sabe o que é o Pinhal Novo, e quem já comeu Sopa Caramela sabe a força das suas gentes”.

Festa em tempos de crise
São assim os dias das Festas Populares de Pinhal Novo. “Desde o princípio que as Festas, como são carinhosamente conhecidas entre a população, têm sabido mostrar uma vitalidade crescente e um ânimo novo a cada edição que passa. É este o sentimento que une todos quantos trabalham para que elas revivam todos os anos”, sublinha Manuel Largato, chefe do executivo da Junta de Pinhal Novo.
Também Ana Teresa Vicente, presidente de Palmela lembra que este é um tempo “de grandes dificuldades para os nossos munícipes e para quem nos visita, sabemos como é importante resistimos juntos e encontrarmos razões para acreditar no futuro da nossa terra”.
O apoio camarário “tem vindo a ser gradual mas existe o apoio logístico que se mantem desde os transportes, iluminação e a limpeza”. A autarca lembra ainda que as Festas “existem porque o povo quis e quer, nasceram com pessoas da terra e irão continuar até as pessoas quererem”. Ana Teresa Vicente reconhece que “este é um acto de grande coragem para organizar as Festas mas também de grande justiça para a população. É o povo quem mais ordena e a festa vai continuar a ser o que o povo quiser”. E o povo quer, sem dúvida, que a sua Festa seja a melhor de sempre. E irá ser.  
Nas Festas Populares que inauguram a época das Festas Populares do distrito de Setúbal, há toiros à solta nas largadas e corrida de toiros, no sábado. Há sardinhada, marchas populares, fados vadios, farturas, algodão doce, oportunidades de negócio, bifanas no pão, artesanato, feira franca, desporto, piquenique no jardim, gaiteiros, foguetes às 8 da manhã e no final da festa, bailes noite dentro,  folclore, procissão no domingo, muita animação no Pátio Caramelo, muito moscatel, livros para ler e levar para casa na Biblioteca  e muita animação. A Festa é, como diz a letra da marcha oficial, linda!
Em Junho, em terras de Pinhal Novo, as raízes lançam novos afluentes e contaminam de tradição e cultura as gentes que saem para a rua. Entre os comerciantes, o desejo é que o negócio corra bem neste ano de todas as crises. Entre o povo, o desejo maior é que “não chova nem faça frio” e que a “malta se divirta à grande”.

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Paulo Jorge Oliveira 

Comentários

  1. Para as festas não falta dinheiro à Câmara, Para pagar as dividas já não existe.

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