Romaria a cavalo Moita/Viana do Alentejo


Canada Real atrai cada vez mais turistas

Centenas de romeiros participam, a partir de quarta-feira e até domingo, na tradicional Romaria a Cavalo entre Moita e Viana do Alentejo, iniciativa que começa a transformar-se num produto turístico que interessa a empresas do setor. Até chegar ao destino final, os romeiros passam por Poceirão, Casebres, Alcáçovas, onde dormem.

Romaria começa a ser um cartaz muito atrativo para turistas 

"Temos alguns sinais, de empresas ligadas à atividade turística, de começar a caminhar" nesse sentido e que "até já contactaram" a organização para "criarem um produto que acompanhará a romaria", revelou o presidente do município da Moita, João Lobo.
Não sendo propriamente romeiros, acrescentou, as pessoas interessadas em comprar esse pacote turístico podem desfrutar das experiências vividas no percurso, associando-o também "ao lazer e ao descanso".
Também o presidente do município de Viana do Alentejo, Bernardino Bengalinha Pinto, garantiu que a iniciativa desperta cada vez mais interesse. "Tive a informação de que há um agente turístico que tem alguns lugares vendidos, numa charrete da Moita a Viana do Alentejo", salientou o autarca alentejano.
No que respeita aos romeiros, a iniciativa já conta com grupos de vários pontos do país, como de "Guimarães ou Viseu", e até do estrangeiro: "Este ano, há uns vizinhos espanhóis interessados", diz a organização.

Romaria apresentada em Évora
A 12.ª edição da romaria foi apresentada, na segunda-feira, em Évora, numa conferência de imprensa da comissão organizadora, que inclui as duas câmaras municipais, a Associação dos Romeiros da Tradição Moitense e a Associação Equestre de Viana do Alentejo.
O evento, que é ainda apoiado pela Turismo do Alentejo e pela Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, deverá contar com "cerca de 300 inscritos", mas envolve mais pessoas, devido ao apoio logístico que a viagem requer.
Para Bengalinha Pinto, trata-se de um importante evento que, "além da animação", leva "algum retorno do ponto de vista económico à restauração e alojamentos do concelho".
O presidente da Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, também destacou a "importância estratégica e promocional" da iniciativa, que vai "para além da romaria".
"A romaria em si está 'vendida'. O que se pretende é que a romaria crie dinâmicas capazes de assegurar uma promoção turística, para todo o ano, a ambos os concelhos", concluiu o chefe do executivo de Viana do Alentejo.

A história da romaria
Viagem dura quatro dias sempre em estradas de terra batida 

A iniciativa retoma uma antiga tradição de caráter religioso da vila da Moita, que fazia deslocar centenas de romeiros, com os seus animais, a Viana do Alentejo.
Os romeiros pretendiam que os animais fossem benzidos durante uma procissão em honra de Nossa Senhora d'Aires, padroeira dos animais, e pediam proteção para boas colheitas.
Depois de décadas sem se realizar, a tradição foi retomada no ano 2000, juntando centenas de participantes que partem da Moita e, após quatro dias de viagem por caminhos de terra batida, chegam a Viana do Alentejo.
Na vila alentejana são, como habitualmente, esperadas milhares de pessoas, que participam também nas cerimónias religiosas no âmbito da romaria, as quais decorrem no sábado e no domingo.
Durante os quatro dias, centenas de romeiros percorrem os cerca de 150 km que separam estes dois municípios, através de quintas e caminhos de terra batida, pela antiga “Canada Real”, passando por Moita, Poceirão, Casebres, Alcáçovas e Viana do Alentejo. De salientar que, este ano, o percurso contará com uma pequena alteração: a pernoita no dia 27 de abril será realizada em Alcáçovas. 

Trânsito vai estar condicionado
Devido à partida da Romaria, o trânsito vai estar condicionado, no dia 25 de abril, a partir das 8 da manhã, no seguinte percurso, na freguesia da Moita: Avenida Marginal, Rua 5 de Outubro, Rua S. Sebastião, Largo das Flores, Largo Soeiro Pereira Gomes, Largo Capitão Mor, Largo da Igreja, Rua Machado Santos, Praça da República, Rua Miguel Bombarda, Largo Conde Ferreira, Rua Liège, E.N. 379.2 e C.M. 533.1. O estacionamento também estará interdito no Largo da Igreja, Largo Capitão Mor, nas Ruas Machado Santos e Miguel Bombarda e Praça da República.

Paulo Jorge Oliveira

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