Hospital Garcia da Orta sem urgências à noite


Urgências ficarão centralizadas em Lisboa

A Área Metropolitana de Lisboa vai perder, dentro de um mês, duas das quatro Urgências à noite. Os hospitais Garcia de Orta, em Almada, e São Francisco Xavier, em Lisboa, vão deixar de ser Urgência Polivalente e passam a Urgência Médico-Cirúrgica. A medida implica menos cuidados em várias especialidades clínicas e obriga os doentes e sinistrados a serem encaminhados para outras unidades da capital, sobrecarregando os seus serviços. As alterações prevêem a redução de custos de, pelo menos, cinco milhões de euros anuais para cada unidade, diz o Ministério da Saúde.

Ministério da Saúde vai fechar urgência nocturna do Hospital de Almada


Esta medida consta na proposta da reforma da emergência pré-hospitalar e da rede de urgência hospitalar elaborada por um grupo de trabalho do Ministério da Saúde, documento que se encontra em avaliação pelas cinco Administrações Regionais de Saúde.
Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, diz "não há movimento nocturno de utentes nas quatro Urgências Polivalentes que justifiquem manter um conjunto de especialidades, como oftalmologia, otorrino, cirurgia maxilo-facial e cirurgia cardiotorácica, entre outras".
Segundo o responsável, as unidades já não têm hoje recursos humanos disponíveis para manter a Urgência Polivalente.
Os hospitais de Évora e Faro correm também o risco de as Urgências serem desclassificadas e passarem a Médico-Cirúrgicas. A medida preocupa o administrador do hospital de Évora, Francisco Guerreiro. "Vai ser um risco para a população porque os doentes têm de ser transferidos para Lisboa, depois do investimento que fizemos".

Maternidade Alfredo da Costa também pode fechar

As mudanças nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) abrangem também as maternidades. O Ministério da Saúde tem em estudo o encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, passando as grávidas a serem atendidas nos serviços de obstetrícia dos Hospitais de Sta. Maria e São Francisco Xavier.
Perspectiva-se também que a maternidade do Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, deixe de fazer partos. O mesmo já aconteceu no Hospital Maria Pia, no Porto.
Em Coimbra, o futuro das maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto poderá passar pela junção. Na Beira Interior, as três maternidades da Guarda, Castelo Branco e Covilhã fazem um total de dois mil partos. Pelo menos uma deverá fechar.
Cunha Ribeiro, presidente da Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, que visitou ontem o Hospital de Dona Estefânia, afirma que "não faz sentido haver um hospital monovalente, que não permite uma economia de escala". A MAC, disse, "vale pelas suas equipas e pelos serviços que presta".
Segundo o responsável, "temos que redistribuir os partos por Lisboa, mantendo a capacidade técnica e científica das suas equipas".

Agência de Notícias

Comentários