Burla engana 30 homens em Santiago do Cacém



Homem desaparece com 2250 euros depois de promessas de emprego

Em tempos de crise e de salários baixos, ir ganhar mais 3 mil euros por mês numa obra nos Países Baixos parecia ser uma “excelente oportunidade”. E até era, se não fosse uma burla, engenhosamente, preparada por um “senhor bem-falante” que todos conheciam por Mário das Neves. O dito Mário reuniu 30 candidatos ao trabalho, quase todos no concelho de Santiago do Cacém e desempregados [mas também houve quem se despedisse para embarcar para a Holanda] e prometeu-lhes “trabalho certo” a troco de 75 euros para tratar da papelada. Terça-feira o homem deixou de dar resposta e desapareceu com 2250 euros. A GNR está a investigar e alerta que o mesmo esquema pode ser repetido noutro ponto do país.

Quase todos os burlados eram de Santiago do Cacém 

Uma promessa de trabalho numa obra na Holanda levou mais de 30 pessoas, a maioria desempregadas, a caírem numa burla na região do Litoral Alentejano, quase todos residentes no concelho de Santiago do Cacém.
Os homens foram aliciados com um bom salário por um homem que dizia representar uma construtora espanhola, cada vítima entregou 75 euros para garantir o posto de trabalho e prevenir a desistência. Mas o burlão acabou por desaparecer com 2250 euros.
A burla, que poderá estender-se a outras zonas do País, foi descoberta no final da semana passada quando as vítimas se preparavam para viajar até Espanha. "Íamos fazer testes médicos a Huelva e assinar contratos para seguir para a Holanda. Mas terça-feira o telemóvel já não tocou e nunca mais falámos com o homem", conta Vítor Bento, um dos queixosos.
"Houve gente que deixou o emprego, porque prometia ordenados superiores a 3 mil euros", diz Euládio Silva, 32 anos, desempregado. É o caso de Francisco da Palma, 57 anos, pedreiro de profissão. "Estou desesperado", conta. As vítimas desta burla, investigada pela GNR, dizem que o burlão se apresentava com o nome de ‘Mário das Neves’, funcionário da Collosa S.A. "Contactámos a empresa que disse não ter empregados com esse nome", garante Euládio Silva. A informação chega tarde para os 30 homens que ficaram sem 75 euros. “Pode parecer pouco mas é tudo o que tenho para comer”, dizia Pedro Costa, outro dos burlados.

Paulo Jorge Oliveira

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