Autarquia de Setúbal “zangada” com Correio da Manhã


Comunicado para explicar uma “notícia mentirosa”

Uma notícia, publicada no jornal Correio da Manhã, na semana passada, deixou a presidente da Câmara de Setúbal muito irritada com  o jornal e com as fontes do mesmo [Maria das Dores Meira refere-se à oposição]. Numa declaração política na última reunião pública, Maria das Dores Meira diz que a Câmara de Setúbal “está a ser alvo de uma das mais brutais campanhas de difamação de que há memória” e revelou que a notícia do jornal é “falsa”.

Câmara de Setúbal desmente noticia do Correio da Manhã  

 De acordo com a notícia do Correio da Manhã, a Câmara de Setúbal assinou um contrato de compra e venda de um lote de terreno com a sociedade Setúbal Polis por 150 mil euros, valor esse que nunca entrou nas contas da autarquia, apesar de a escritura, datada de 19 de Setembro de 2008, referir que o município "já recebeu" o dinheiro.
Em causa, diz ainda o diário, está a venda de um lote de terreno para construção urbana que, apesar de nunca ter sido pago à autarquia, legalmente pertence à Setúbal Polis, Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis em Setúbal, que entretanto se encontra em processo de extinção. Este pagamento, ainda de acordo com o jornal, foi assumido à data da escritura pelo vereador Eusébio Manuel Candeias, em representação da autarquia, que é liderada por Maria das Dores Meira, e por António Fonseca Ferreira, enquanto presidente do conselho de administração da Setúbal Polis.
A concluir a notícia, escreve o jornal baseado em fontes, que o gabinete da presidência da Câmara de Setúbal "está em curso um processo de partilha do passivo e do activo da sociedade que prevê que este lote seja de novo entregue à câmara municipal, que assumirá, assim, a sua propriedade plena".


Maria das Dores Meira nega notícia
A presidente da autarquia, no entanto, desmontou toda a notícia e deixou bem claro que “esta notícia é absolutamente falsa. É mentira”. Garantindo que aquele é um assunto que irá ser tratado “noutros fóruns, porque a difamação e a mentira não podem passar em claro”. Maria das Dores Meira, “volta a mentir num assunto que diz respeito a esta Câmara Municipal”, ao dizer que a autarquia perdeu um lote de terreno e 150 mil euros, garantindo que o referido lote “continua registado na conservatória do registo predial em nome desta autarquia”-
E disse mais. “Os autores desta campanha escolheram como instrumento de divulgação das suas difamações e meias verdades” e lamenta que os jornalistas daquele jornal “se deixem enganar e manipular pelas suas fontes”. Maria das Dores Meira disse que “aqueles que, nas urnas, não conseguem vencer, porque não têm capacidade, não têm ideias, não têm projeto, querem, por via da calúnia, da meia verdade, das visões deturpadas dos factos ganhar o que nunca os cidadãos setubalenses lhes darão” e que “melhor seria que estivessem calados. Melhor seria que, se não ficarem calados, pelo menos falassem verdade”.

O lote em causa
Sobre o processo do lote nove da rua Trabalhadores do Mar [o lote em causa na notícia], a presidente disse que o mesmo “é complexo mas, na verdade, permitiu satisfazer de forma acentuada o interesse público” e que a câmara tem “todo o gosto em facultar a todos os jornalistas a consulta dos documentos relativos a esta situação”, garantindo que “não temos nada a esconder nem ficaremos calados perante difamações e mentiras absurdas” e sublinhando que todo o processo é “absolutamente transparente e titulado por documentos públicos”.
O lote em questão, na rua dos Trabalhadores do Mar, situa-se entre a rua da Saúde e a avenida Jaime Rebelo e onde em tempos existiu um degradado edifício, entretanto derrubado pela autarquia, de forma a permitir a ligação entre aquelas duas artérias.

Paulo Jorge Oliveira 

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