Corpo de
idoso foi deixado nos Olhos de Água e apreendido pela GNR
O
funeral do idoso deixado por uma funerária numa igreja de Olhos de Água, em
Palmela, realizou-se esta terça-feira, depois de o Ministério Público ter
autorizado a agência a levantar o cadáver da morgue do Hospital de Setúbal.
Corpo passou pela capela dos Olhos de Água |
"O corpo foi libertado ontem (segunda-feira) à tarde
por ordem do Ministério Público, mas só o vamos recolher na terça-feira porque
já não há tempo para fazer o funeral", explicou Manuel Moreira, gerente da
funerária.
Segundo o responsável da Agência Funerária Rei, de
Lisboa, o funeral do idoso, de 88 anos, foi, por isso, agendado para as 13
horas desta terça-feira, no cemitério de uma aldeia do concelho de Santarém.
O caso "insólito" ocorreu, sexta-feira, numa
igreja de Olhos de Água, concelho de Palmela, onde uma viatura funerária
entregou uma urna, com um cadáver, para um suposto velório que não chegou a
realizar-se.
Fonte da GNR de Setúbal explicou que, "cerca das 15
horas" do dia anterior, um carro funerário, transportando uma urna,
"chegou a Olhos de Água", tendo a senhora que guarda as chaves da
igreja sido informada de que "ia haver um velório".
"A senhora abriu a porta da igreja, puseram a urna
no interior, mas não apareceu ninguém", adiantou a mesma fonte da GNR. Por
isso, no sábado, "a senhora telefonou para a GNR, muito preocupada",
a dar conta do sucedido e de que a urna permanecia na igreja.
Corpo não identificado
Elementos da GNR deslocaram-se ao local e
"verificaram que, no interior da urna, estava efetivamente o cadáver de um
homem, vestido e preparado para o funeral", mas "não estava ninguém
na igreja", relatou.
"O corpo não tinha qualquer documento de
identificação e a senhora não soube identificar com certeza qual a agência
funerária que lá deixou a urna", acrescentou.
A mesma fonte indicou que os militares da GNR entraram em
contacto com o Ministério Público, que "mandou recolher o corpo para a
morgue" do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal.
Segundo o gerente da agência funerária, a urna com o
cadáver deveria ter sido depositada, na sexta-feira, numa igreja de Pinhal
Novo, também no distrito de Setúbal, mas esta "estava cheia".
"A capela mais próxima e a que nos indicaram como
alternativa foi a de Olhos de Água", porque se "aguardava para sábado
a chegada da família" do idoso, proveniente da Alemanha, para então
"se realizar o funeral".
Padre acusa funerária
O padre de Pinhal Novo acusou já hoje a funerária
responsável pelo funeral de um idoso, deixado numa igreja de Olhos de Água para
um velório que não ocorreu, como a "principal responsável" do caso,
acusação que a funerária refuta.
"No Pinhal Novo as capelas tinham dois velórios e a
agência funerária que trouxe esse corpo veio para cá sem saber se tinha
lugar", começou por explicar o pároco Manuel Ramalho, em declarações à
Agência Lusa.
"Eles (agência funerária) que transportavam o corpo
não falaram nada comigo, só depois. Antes, a agência tinha telefonado à senhora
que guarda as chaves da igreja para vir abrir a porta, mas a senhora pensava
que eles já tivessem falado comigo", explicou.
"Não houve nenhum mal-entendido. Colocámos a urna
onde nos indicaram e a nossa viatura estava devidamente identificada. Alguém
mexeu foi onde não devia ter mexido", argumentou Manuel Moreira.
Seja como for, o idoso já foi
sepultado na sua terra natal. Merece descansar em paz.
Agência de Notícias
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