Erro médico no Garcia da Orta



Corte de artéria em vez da veia obriga a amputação de perna numa mulher

Ao princípio era mais uma (pequena) cirurgia simples. Uma mulher de 38 anos, da Charneca da Caparica, foi ao hospital Garcia da Orta, em Almada, para lhe retirarem as varizes. Mas a avaliação médica correu mal e os médicos cortaram uma artéria em vez de uma veia na perna esquerda. Resultado: Anabela Borges teve de amputar a perna. O hospital assume “erro médico” e “lamenta a situação”.

 Ana França, directora clínica, abriu inquérito 


Depois de ficar sem uma das pernas, Anabela Borges tenciona processar o hospital para ser ressarcida da incapacidade a que vai ficar sujeita. E quem diz isso é o cunhado da vítima. "A minha cunhada trabalhava a cuidar de idosos e agora não o vai poder fazer".
De acordo com palavras da irmã, a mulher – mãe de dois filhos menores e residente na Charneca da Caparica – sofria de varizes e estava há quatro anos na lista de espera para cirurgia. No dia 19 de março, foi chamada para a cirurgia de remoção das varizes nas duas pernas. No entanto a cirurgia correu mal e o marido, Augusto Borges, só soube disso dez dias depois quando os médicos o avisaram que a mulher corria o risco de ter de ser amputada a uma perna.
Explicação médica, referida pelo marido à SIC, foi de que “cortaram uma artéria em vez de uma veia muito provavelmente – e a confirmar – devido a erro médico”. O corte da referida artéria aconteceu numa primeira cirurgia. Nesse mesmo dia a mulher foi novamente operada mas nem ela nem a família souberam porquê. Foi-lhes dito apenas que seria necessário mais uma operação.
Ora, segundo o marido, a mulher um dia depois tinha a perna e o pé esquerdo “completamente gelados”. Ainda segundo o marido, a médica responsável pela operação sempre que confrontada com a situação “desdramatizou sempre” o caso.
De mal-estar em mal-estar, de “formigueiro e falta de circulação no pé esquerdo", os médicos avisam-na, oito dias depois, de que seria necessário fazer outra cirurgia. E fez nesse mesmo dia. E voltou ao bloco operatório um dia depois. E foi só nessa altura que a médica chefe de serviço contou à família o que realmente aconteceu.
E o que aconteceu era tão grave que lhe iam amputar a perna esquerda. O marido ficou chocado. A restante família incrédula e Anabela teve mesmo que perder a perna esquerda fruto de uma má avaliação médica na primeira operação.


“As veias confundem-se com artérias”

"Por vezes, em pessoas jovens e magras, as veias e as artérias confundem-se, motivo que terá conduzido ao erro" na perna esquerda, justifica Ana França, directora clínica do Hospital Garcia da Orta, sublinhando, contudo, que "em mais de 400 cirurgias anuais deste tipo no hospital, nunca aconteceu nada de semelhante".
Disse ainda a directora clinica que “assim que foi detectado o erro, foi tentada a reversão. Mas sempre que se tentava a revascularização, a lesão criava trombos [coagulação de sangue no interior do vaso sanguíneo]."
Anteontem à noite, Anabela foi sujeita à sexta intervenção cirúrgica após ter entrado no hospital: é amputada da perna esquerda, dez centímetros abaixo do joelho. "Tem fortes hipóteses de recuperar a função de marcha, com uma prótese", refere Ana França.

Hospital abre inquérito

A administração do Hospital Garcia de Orta decidiu abrir um inquérito para analisar os procedimentos tomados após se ter verificado o erro de avaliação médica que conduziu à amputação da perna de Anabela Borges. A acção irá explicar por que não tiveram êxito as diversas tentativas de repor a circulação sanguínea na artéria e também a decisão de colocar a doente a fazer fisioterapia. O caso poderá ser encaminhado para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e a família Borges pondera levar o caso à justiça.

Paulo Jorge Oliveira 

Comentários

  1. Deveriam dizer o nome da médica que fez a operação.

    ResponderEliminar
  2. Pois... infelizmente "NÃO FOI O UNICO CASO"
    Um familiar meu no dia 22 no mesmo hospital aconteceu o mesmo!

    ResponderEliminar
  3. Estes 2 sujeitos.....Dra INES PINHEIRO e Dra GIL MARQUES como diz o jornal estao de baixa psicologica...então e a sra que entra para ficar melhor para trabalhar como deve estar e ficar o resto da vida????????

    ResponderEliminar
  4. Hospital pelo menos tenha vergonha e mande estes 2 sujeitos para o lugar deles,em casa em outra profissão!!!!!tenham respeito por o que aconteceu.....

    ResponderEliminar
  5. Familia força e obrigado a quem deu os nomes,desses 2 ignorantes a quem chamam dra e dr.

    ResponderEliminar
  6. Tenha juizo directora!!!!então quer dizer pessoas jovens e magras não podem fazer operações!!!!então na 1ª consulta antes da operação vejam como as pacientes são!!!!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário