Musicalidades - Tulipa Ruiz

Melhor cantora brasileira actua amanhã no Teatro do Bairro, em Lisboa

Tulipa é do Brasil mas, primeiro que tudo, é Mineira, como Milton Nascimento. Na sua música há outras latitudes: a Nova Iorque de Yoko Ono, a Baía de Caetano… E há algo de Baby Consuelo e de Itamar Assumpção e de Ná Ozzetti e de tantos outros valores “desalinhados” da música do Brasil que Tulipa estudou com devoção. A grande vencedora do Prémio Multishow com o álbum de estreia, "Efémera," eleito um dos melhores da década pela Folha de São Paulo e Globo, vai mesmo cantar no Teatro do Bairro, em Lisboa. O espectáculo é amanhã às 23 horas.



Apesar de a música ter sido parte fundamental da criação de Tulipa Ruiz – na infância em São Lourenço, no sul de Minas Gerais no Brasil, era acordada todos os dias com alguma música de Milton Nascimento pela mãe – , quando teve de preencher pela primeira vez sua página no MySpace, teve um mini-bloqueio. "Coloquei 'cantora' na descrição, mas olhava para aquilo e achava estranho", disse uma vez à Revista Rolling Stone.
Até então, meados de 2008, a experiência de Tulipa com a música estava restrita a alguns concertos para os amigos da faculdade e com os Pochete 7, banda que formou com o pai, Luiz Chagas, ex-guitarrista de Itamar Assumpção, e o irmão, Gustavo Ruiz. "Uma vez que publiquei as primeiras músicas próprias a coisa ficou séria, tinha que defender aquilo", disse na mesma entrevista.
Tulipa considera que fez seu primeiro concerto de verdade,  no final de Maio do ano de 2009, no Teatro Oficina. Em menos de um ano, a música invadiu seu horário comercial quando ainda trabalhava num projecto social da autarquia da sua cidade. Consta que teve de inventar uma consulta ao dentista para gravar uma participação num programa de televisão.

O nascimento de Efémera


Em compensação, ganhou notoriedade entre os novos nomes da cena paulistana, o que culminou com a gravação de seu disco, Efêmera, feito rápido, mas sem pressa. "Música sempre foi um hobby. As gravações aconteceram no meu tempo, as composições amadureceram e eu gravei um disco porque ele estava pronto, não porque me sentisse obrigada a lançar algo”, diz a cantora.
Hoje, Tulipa vive apenas da música e de suas ilustrações –  "as coisas que eu mais gosto de fazer" –  e celebra o álbum como cartão de visitas. "Quero muito tocar para um público novo, e ter o disco facilita".
O disco de estreia de Tulipa, “é mais um cruzamento de óptimas ideias. Sem pretensão e com aditivos de uma penca de amigos que tocaram, fizeram coro e desenharam tulipas para o bonito encarte do CD, já entre os melhores do ano”, escreve o jornal O Estadão, de São Paulo.

Concerto em Portugal

"A divulgação da minha música é coisa absolutamente virtual. Antes de sair o CD já está tudo na internet. Já nasci picotada, fragmentada. É tudo muito efêmero mesmo. Justo eu que adoro o ritual do disco", diz Tulipa.
Em 2011, a crítica musical dá-lhe o título de melhor cantora brasileira do ano, o Prémio Multishow.

Tulipa é cantora, compositora e desenhista. Interessa-se por gravações em campo, texturas, ruídos, bordados e cantigas de ninar. Pela primeira vez em Lisboa, a cantora de Efémera, actua amanhã à noite no palco do Teatro do Bairro, em Lisboa. E não, não é boato. É verdade, a Tulipa está em Portugal.  

9 Dezembro. Sexta . 23.00
Concerto de TULIPA RUIZ no Teatro do Bairro.
R. Luz Soriano, 63. Bairro Alto. Lisboa.
10 €

Paulo Jorge Oliveira


Videos: 


Tulipa Ruiz - Ele Leu                                                                           Tulipa Ruiz - Às Vezes

                                                                        
                                                                                     




                                                                                                

































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