Médicos do Mundo perdem dinheiro do Estado para projectos no Distrito de Setúbal

Médicos do Mundo continuam a apoiar prostitutas no distrito

A Associação Médicos do Mundo vai continuar a apoiar, até Marco de 2012, as prostitutas da zona do Seixal e a população mais carenciada dos bairros sociais em Loures, apesar dos projectos financiados pelo Governo terem terminado por falta de verbas. Só no distrito, de acordo com os números da Associação, são 50 pessoas ajudadas. 


Em Março, Médicos do Mundo deixam de ajudar estas mulheres 


 
Os projectos “Rotas para a Saúde”, no Seixal, e “Saúde pa nos Bairro em Loures”, financiados até Agosto pela Coordenação Nacional para a Infecção do VIH/sida, terminaram, mas a associação decidiu criar um projecto para continuar a apoiar estas populações, disse à Lusa a coordenadora dos projectos nacionais dos Médicos do Mundo (MdM).
Inicialmente, e tendo em consideração a apresentação de novas candidaturas para 2012, a associação decidiu assegurar até ao final do ano este novo projeto ‘SOS’, mas como não obteve respostas por parte do financiador decidiu prolongar até ao final de Março de 2012 a sua permanência nos dois concelhos, explicou Carla Fernandes.  “Estrategicamente, definimos e pensamos que será preferível manter, do que terminar, para depois recomeçar do zero. Afinal as relações de confiança, as necessidades sentidas pela população abrangida, são sentidas hoje e cada vez por mais pessoas”, sublinhou a responsável. 

Projecto ajuda 50 mulheres do distrito 

Contudo, para continuar no terreno, a associação teve que reduzir a equipa técnica, alterar locais e dias de intervenção e optar por levar a Unidade Móvel para todos os contextos de intervenção, deixando as estruturas físicas que ocupava. Há quatro anos que o programa “Rotas para a Saúde”, com um orçamento anual de 118 mil euros, apoiava famílias e moradores (maioritariamente vinda de países africanos de língua portuguesa) dos Bairros Concelho do Seixal: nomeadamente Bairro de Vale de Chicharos (Fogueteiro) e Santa Marta do Pinhal (Corroios), e zonas de pratica de sexo comercial (Fernão Ferro) e ainda  as trabalhadoras do sexo nas rectas de Coina (Barreiro) e Pegões (Montijo).
“Tentamos realizar as actividades com menos recursos”, disse a responsável, salientando a importância de continuar a apoiar estas pessoas, dando-lhes cuidados de saúde, apoio psicossocial e medicamentoso.
Faz parte também do projecto a distribuição gratuita de preservativos (masculinos e femininos) e a troca de seringas, que têm como objectivo reduzir a transmissão do VIH/sida e as infecções sexualmente transmissíveis.
“Na zona do Seixal apoiamos 30 mulheres e, em Loures, estamos em bairros sociais, tendo como população prioritária, os imigrantes residentes (PALOPS), nacionais e etnia cigana, abrangendo 150 pessoas”, adiantou a responsável.
Carla Fernandes adiantou que estes projectos são muito importantes em termos de prestação de cuidados primários de saúde e de encaminhamento para outras estruturas na área da saúde e social. 

Paulo Jorge Oliveira 

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