Em Reportagem: Soflusa corta 48 ligações Barreiro/Lisboa

Barcos do Barreiro passam para metade ao fim-de-semana

A Soflusa confirmou o corte de ligações fluviais entre Lisboa e Barreiro para reduzir custos e ajustar a oferta à procura. A informação sobre o corte surge depois de ter sido noticiada a divulgação de um documento, alegadamente por parte da empresa, à Comissão de Trabalhadores para informar sobre o objectivo da eliminação de 48 ligações. A empresa desmentiu ter distribuído qualquer documento e explicou que não haverá alterações antes de 1 de Fevereiro e que elas serão comunicadas atempadamente. Sobre o impacto das mudanças, a empresa rejeitou despedimentos e eliminação de postos de trabalho. Os trabalhadores desconfiam.

Medida entra em funcionamento em Fevereiro de 2012


A Soflusa anunciou ontem que vai cortar ligações fluviais entre Lisboa e Barreiro para reduzir custos e ajustar a oferta à procura, enquanto a comissão de trabalhadores adianta que o número de carreiras a eliminar chega às 48.
Em nota enviada às redacções, a empresa diz que “vai ser feito um ajuste da oferta à procura” na ligação Lisboa/Barreiro, “no seguimento da sua política de redução de custos, como tem sido prática do grupo Transtejo noutras ligações ao longo do tempo”. O anúncio da empresa surge na sequência de notícias sobre um documento alegadamente distribuído pela empresa à comissão de trabalhadores, no qual estará expressa a intenção de eliminar 48 carreiras fluviais.
Garantindo não ter facultado aos trabalhadores nenhum documento com este objectivo, a empresa escusa-se a referir as mudanças que pretende impor, mas avançou que “todas as alterações que vierem a efectuar-se neste sentido nunca entrarão em vigor antes de 1 de Fevereiro de 2012 e serão, como habitualmente, comunicadas aos passageiros atempadamente”. Além disso, acrescenta a empresa, “esta adaptação de horários não implica qualquer despedimento ou diminuição de postos de trabalho, dado que não haverá alteração de escalas”.

Barcos passam a ser de hora a hora aos fins-de-semana

Por parte dos representantes da comissão de trabalhadores da Soflusa, ainda não são conhecidas muitas reacções à medida da empresa. Escusando-se a revelar a fonte do documento, o membro da comissão de trabalhadores, José Camões, adiantou que, de acordo com o mapa recebido, serão cortadas metade das ligações feitas ao fim de semana além de duas viagens de manhã e quatro à noite nos dias úteis.
“No sábado e no domingo, são [suprimidas] cerca de 50 por cento das carreiras, [ou seja], à volta de 30”, avançou José Camões, acrescentando que no total, serão eliminadas 48 ligações fluviais.
Uma intenção que “visa cortar custo”, mas que, de acordo com o membro da comissão de trabalhadores, vai prejudicar os utentes e “irá criar problemas na empresa”. Apesar de admitir que “durante a semana, as pessoas quase não se vão aperceber dos navios que vão faltar”. José Camões considera que “ao fim de semana vai ser um descalabro”, com as ligações a deixarem de ser feitas de meia em meia hora e passarem a partir de hora a hora.

Trabalhadores reúnem amanhã em plenário

Por outro lado, adiantou, José Camões que vai ser impossível cumprir a garantia de manter todos os trabalhadores da empresa. “Está na cara de toda a gente que quando há supressão de carreiras, passa a haver pessoal em excesso. Primeiro cortam carreiras e depois cortam pessoal”, disse, sublinhando que “isso é uma coisa que [os trabalhadores] não vão aceitar”.
Por isso, acrescentou, está já marcado para sexta-feira, entre as 17:00 e as 20:00, um plenário dos trabalhadores da Soflusa para decidir, “em conjunto, o que vão fazer”.

Agência de Notícias 

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