Roteiros da Cultura

Teatro: "É Perigoso Debruçar-se"...

Se está por Lisboa, o ADN sugere que passe no Clube Estefânia, na Rua Alexandre Braga, e espreite um teatro singular. "É Perigoso Debruçar-se", está em cena de 3 a 27 de Novembro. É uma peça escrita por Miguel Castro Caldas, com a encenação de Rute Rocha e a representação de José Mateus e Pedro Barbeitos. 
"É Perigoso Debruçar-se" em cena até 27 de Novembro


É uma peça que tem o seu universo centrado num espaço sufocante de quatro paredes que se assemelha a um ringue onde duas personagens se confrontam com teorias e receios sobre o que se passa no exterior. 
O medo e a angústia imperam nesse espaço, porque é perigoso sair do seu interior, uma vez que lá fora está tudo a mudar, mas também é perigoso ficar, porque no interior não muda nada.
Segundo a encenadora Rita Rocha, “o enredo da peça relaciona-se com os últimos tumultos em Londres que amedrontam estas duas personagens fazendo-as questionarem-se sobre o sentido da vida, o medo do desconhecido, das multidões, a procura dos lugares comuns e com isso planearem uma fuga para outra realidade”.

Uma peça que obriga a reflectir

Ainda de acordo com Rute Rocha, “representamos sob forma de resistência, representamos sob forma de partilha, representamos sob forma de perdição mas sobretudo criamos, criamos…perigos, ‘É Perigoso Debruçar-se’ surge numa altura em que faz todo o sentido termos receio de nos debruçar, termos receio de questionar o despropositado ou de confrontar as hesitações… Encontrar uma fuga...”.
Mesmo em forma de teatro, a encenadora pretende que este espectáculo “seja reflexo dos temores contemporâneos que ocorrem do simples acto de existir, agir e pensar”.
”É espantoso como uma cabeça vazia se pode encher de pensamentos e ideias num abrir e fechar de olhos. Na realidade uma cabeça vazia, é um perigo iminente pois a qualquer momento pode ser capaz de gerar ideias próprias, sem que estas tenham qualquer relação com o mundo que nos rodeia”, conclui Rute Rocha.

Duas personagens perturbantes
José Mateus e Pedro Barbeitos dão vida a duas personagens profundas

Será assim tão perigoso debruçar-se? Qual é afinal o verdadeiro perigo? Nós ou aquilo a que estamos sujeitos? O que nos falta? Que dom da natureza é que deveríamos possuir, para que o perigo desaparecesse? Seremos humanos sem esse perigo?
Dois personagens, que saem de casa, abrem a porta da rua, e entram em cena. Duas personagens que estão fatalmente juntas, que são obrigadas a conviver, a relacionar-se, a conhecer-se. Um projecto que vale a pena descobrir numa noite de Novembro, no Clube Estefânia, em Lisboa.


Ficha Técnica

Texto original: Miguel Castro Caldas Encenação: Rute Rocha Com: José Mateus e Pedro Barbeitos Design de cena: Stéphane Alberto Desenho de luz: José Álvaro Correia Sonoplastia: Sérgio Milhano Fotografia cartaz: Carla Duarte Design Gráfico: João Concha Operação Técnica: Ana Catarina Pires
M/16
Bilhetes | 10 € normal | 7,5€ menores 25 anos e maiores 65 anos | 5 € profissionais do espectáculo.

Agência de Notícias


Comentários