Musicalidades


Britney en(cantou) mas... não muito 

Numa noite em que a chuva reinou nas ruas, no palco quem ganhou foi a insegurança da “princesa da pop”. Uma noite de emoções – pouco – forte e sempre aconchegada por um corpo de baile de cabaret fiel aos instintos fatais da cantora norte-americana.


Era o regresso de Britney Spears a Portugal sete anos após a estreia no Rock in Rio Lisboa. E era o primeiro concerto da cantora em nome próprio no nosso país. Ainda assim, o Pavilhão Atlântico esteve despido de público naquela que foi a última paragem da digressão europeia de promoção ao novo álbum, Femme Fatale.
Quando se começou a ouvir  “Hold It Against Me”, a primeira música de Britney, já o público gritava  “amo-te loirinha. Queremos-te ouvir, és a nossa musa”. E foram muitos os fãs que ficaram desde a noite anterior ao concerto, à porta do Pavilhão Atlântico para garantirem um lugar privilegiado nas primeiras filas, e para esses, o guarda-chuva, foi sem dúvida o melhor aliado. Já para a segurança apertada que Britney Spears exige, o mesmo objecto foi tido como inimigo; era estritamente proibida a entrada no recinto.
Não que o entusiasmo dos fãs presentes - crianças, jovens e adultos - tenha sido menor. Assim que a contagem decrescente nos ecrãs laterais do palco se aproximou do final, marcando o início do espectáculo, os gritos de excitação (e até de histeria) do público fizeram valer a expressão “poucos mas bons”.

Destinee & Paris em grande plano


A sala podia estar a meio-gás (se tanto) mas bastou a entrada da dupla de loiras Destinee & Paris, para pôr o público a ferver.
As irmãs de 15 e 17 anos, foram as escolhidas para aquecerem a noite e acabaram por ter um desempenho bastante positivo, até porque cantaram de facto ao vivo, colocando o escalão para o que restava da noite num patamar bastante elevado e enérgico.

“Foi uma Britney esmorecida”


Trinta minutos depois, chegara a hora da grande verdade: depois do altos e baixos da carreira de Britney, o factor surpresa começou a fazer parte da lista de características da artista. A ausência de uma verdadeira banda (eram dois músicos, munidos de teclados e afins), o mais do que provável playback na voz de Britney e nos coros (não havia ninguém em palco sequer para os fazer) e a pouca mobilidade da cantora nas coreografias... mas nada disto pareceu incomodar os fãs, que rebentavam de entusiasmo cada vez que Britney se aproximava, despia uma peça de roupa ou interagia de maneira mais atrevida com os dançarinos.
O espectáculo está divido em quatro actos, com um tema para cada um. Em todos, dizem os críticos houve  “pouca naturalidade e muita insegurança”. 
Ironicamente, um dos temas mais celebrados na plateia acabou por ser S&M, de Rihanna, e que Britney Spears decidiu incluir nesta sua digressão depois de ter participado numa remix da canção assumidamente sensual e atrevida.

Momentos para a história


O difícil é descrever em palavras a produção que a digressão Femme Fatale apresenta. Desde cinco ecrãs, músicos, bailarinos, carros, baloiço suspenso, jaulas, plataformas elevatórias, quase uma dezena de trocas de figurinos, fogo de artificio, e praticamente tudo o que o nosso imaginário possa sonhar, ela tem.
Todo o concerto vale a pena pela produção nele envolvida, nota mil para os bailarinos que a acompanham e que em nenhum momento a abandonam em palco.
Numa noite pouco inspirada da cantora de 29 anos, a festa ficará pelo menos na memória dos fãs que subiram ao palco para cantarem  “I Wanna Go” e de um outro fã italiano que, apanhado entre as pernas de Britney durante uma lap dance, fechou os olhos de entusiasmo e cantou cada palavra da letra de “Lace and Leather”.
Lisboa encerrou a digressão pela Europa. A cantora parte agora para o Brasil, onde actua no dia 15 de Novembro no Rio de Janeiro, na Apoteose, e a 18 de novembro em São Paulo, na Arena Anhembi. Depois, a cantora viaja para Porto Rico, onde encerra a passagem pela América Latina.  


Agência de Notícias 

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