Musicalidades

GNR, uma história com 30 anos...

Os GNR celebram 30 anos e a data ficou marcada com o descerramento de uma placa colocada no átrio do Coliseu do Porto, afinal, uma sala de espectáculos “muito especial”, como não esconde o vocalista da banda, Rui Reininho. Estão de regresso a Lisboa para actuar, amanhã à noite, no Coliseu. Um concerto para a história.

Foi pois a jogar em casa e num Coliseu esgotado há muitos dias que os GNR arrancaram para uma sessão dupla de concertos no Porto e em Lisboa. Uma carreira brilhante mas que «também teve alguns insucessos», lembrou de forma sincera Reininho, que pediu mais atenção aos artistas nacionais e lembrou o momento difícil que está ser vivido pelo colega lisboeta Olavo Bilac.
Sempre com uma ponta de ironia, o vocalista dos GNR comentou aos jornalistas alguns episódios da vivência do grupo, como a experiência de cantar ‘A pronúncia do Norte’ na capital do País. “Nada de especial. A palavra Lisboa diz-me muito e sempre que lá vou venho com uma taça!”, notou, referindo-se às conquistas do “seu” FC Porto.
A placa esta tarde descerrada passa a fazer companhia a outras duas já lá existentes, ambas de figuras com profundas marcas na sociedade portuense: uma evoca os 50 anos do compositor Álvaro Leon Cassuto e a outra os 30 anos de carreira de Rui Veloso. 









Entre dunas suaves

Foi com músicas como ‘Portugal na CEE’ e ‘Sê um GNR’ que se deram a conhecer em 1981, e o sucesso foi imediato, com o conjunto portuense a recolher opiniões muito favoráveis por parte da crítica. Mas, mais importante do que isso, conseguiram colocar as pessoas a cantar as letras das suas canções, num período em que não era fácil captar as atenções cantando na língua de Camões.

Em 1985, com ‘Dunas’, os GNR entram definitivamente no roteiro da música nacional fomentando o crescimento de uma legião de seguidores, que se manteve até aos dias de hoje.
E, quando alguns pensavam que a banda estava a caminho do fim, Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli César Machado faziam sempre questão de contrariar a história. O trio entrava em estúdio e no fim saía mais um disco que atingia rapidamente os primeiros lugares dos tops.
Em 1990, com o álbum duplo ‘In vivo’, que foi gravado em dois concertos no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, conseguiram o primeiro disco de platina. Dois anos depois, com ‘Rock in Rio Douro’ conquistaram quatro platinas.
Os 25 anos foram comemorados em grande, com os GNR a serem a banda convidada para encerrar o festival Rock in Rio - Lisboa 2006, e, tal como está a acontecer agora com dois concertos inolvidáveis nos Coliseus do Porto e Lisboa. No Porto, a 12 de Novembro, o  Grupo Novo Rock encheu o coliseu e deu um concerto inesquecível. Amanhã, a música com pronuncia do norte está no coliseu de Lisboa para mais uma noite de “música da boa e com muitos amigos”.

Paulo Jorge Oliveira  

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