Em Reportagem: Portela +1 não agrada a todos


Montijo quer aeroporto de raiz

As Câmaras do Montijo e de Sintra divergem quanto à possibilidade de as bases militares situadas nos seus concelhos poderem vir a ser escolhidas para localização da base da companhia aérea de baixo custo (low cost) EasyJet. Maria Amélia Antunes, a autarca de Montijo, quer um aeroporto de raiz.
A espera pelo novo Aeroporto vai continuar 


As bases militares de Sintra, Alverca e Montijo estão a ser alvo de estudo por um grupo de trabalho criado pelo Governo para a localização da base da companhia aérea de baixo custo Easy Jet, disse no início do mês o secretário de Estado dos Transportes. A existência de uma infra-estrutura aeroportuária complementar ao aeroporto de Lisboa representa um regresso à chamada solução “Portela + 1”, estudada em 2007.
Com estes novos dados em cima da mesa, a autarquia de Sintra diz-se disponível para receber a estrutura, enquanto o Montijo critica esta medida do Governo, pretendendo a instalação neste município de um aeroporto de raiz.
A Câmara do Montijo aprovou, por maioria, uma recomendação para o novo aeroporto de Lisboa ser construído no Campo de Tiro de Alcochete, criticando a hipótese de um aeroporto complementar à Portela para as companhias low-cost.

Quatro décadas de estudos... para nada 


A autarquia presidida por Maria Amélia Antunes, defende que, ao longo de cerca de quatro décadas, foram efectuados diversos estudos técnicos sobre as melhores possibilidades para receber o novo aeroporto.
“Por alegadas razões de ordem financeira, o actual Governo decide pôr em causa 39 anos de estudos, de um intenso debate na sociedade portuguesa e de um profundo trabalho diplomático junto das instâncias europeias e de compromissos comunitários do Estado português”, refere a recomendação, aprovada com os votos favoráveis do PS e da CDU e com o voto contra do PSD em reunião de câmara.

Maria Amélia Antunes não quer aeroporto em "casa"

O documento da autarquia, assinado pela presidente Maria Amélia Antunes (PS), explica que, sem estudos e sem debate, o Governo decidiu criar um grupo de trabalho para análise de uma solução mais viável de aeroporto complementar à Portela (Portela+1). “Esta solução não pode ser levada a sério, porque não potencia o desenvolvimento e o ordenamento do território local e regional e o interesse público não recomenda experimentalismos nem gastos de dinheiros públicos com mais estudos e pareceres”, acrescenta o documento.
A recomendação defende que o Governo deve fazer um compasso de espera em vez de avançar com a hipótese Portela+1.



Sintra de “braços abertos” à ideia 

Disponível para a instalação da Easyjet na Base Aérea nº.1 está a autarquia de Sintra. Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Fernando Seara, disse que esta seria uma medida “muito importante para Sintra”, uma vez que dinamizaria a economia local. “Vamos lutar para que Sintra seja uma alternativa ao aeroporto de Lisboa. Posso dizer que a Easyjet prefere Sintra como base para complemento das suas actividades em Portugal e fiquei muito contente ao saber que a empresa, dentro das duas opções, preferiu Sintra”, revelou o autarca.

Fernando Seara destaca o município como “um importante espaço de atractividade turística” que, em tempos de crise, tem aumentado o número de visitantes comparativamente ao ano passado e a outros locais turísticos.

Governo toma decisão em Abril 

Recorde-se que secretário de estado das Obras Públicas reuniu no início do mês com o ministro e o secretário de estado da Defesa, para determinar a criação de um grupo de trabalho que avalie a possibilidade de usar uma das bases aéreas na região da Grande Lisboa para apoiar o aeroporto da portela.
Sérgio Monteiro disse que o governo quer “uma infra-estrutura que complemente capacidade ao aeroporto da Portela para que eventuais interessados na privatização da TAP não olhem para a infra-estrutura actual como sendo um constrangimento no desenvolvimento do seu modelo de negócio".
Para já, está identificada a possível utilização das bases da Força Aérea de Sintra, Alverca ou Montijo e caberá ao grupo de trabalho agora criado identificar as mais valias de cada uma destas localizações e os investimentos necessários para a sua utilização para voos civis. Apesar do estudo destas três bases militares, o Governo não coloca de lado a possibilidade de “avaliar outras localizações”. A decisão deve ser conhecida em Abril de 2012. Até lá, o debate continua.

Agência de Notícias 

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