Um Coelho fora da cartola
José Manuel Coelho apesar de ter sido militante do PCP até 1999, e de ainda se considerar comunista, decidiu integrar as listas do PND para as eleições da Região Autonóma da Madeira a 6 de Maio de 2007. Para surpresa geral, o PND consegue eleger um deputado, Baltasar Aguiar. Durante a visita à Madeira do Presidente da República, Cavaco Silva, o Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim chamou aos deputados da oposição da Assembleia Legislativa da Madeira de "bando de loucos" e ao deputado do PND de "fascista". Perante estas palavra o deputado do PND decidiu suspender o seu mandato e assim a 5 de Maio de 2008, José Manuel Coelho tomou o seu lugar. Desde aí o deputado da Nova Democrácia tem-se tornado o deputado com mais visibilidade a nível nacional. Desde o início do actual regime autonómico nunca houve um deputado que usasse a mesma arma que Jardim, precisamente o populismo.
“Sou como aquela equipa da III Divisão que vem jogar com o Sport Lisboa e Benfica e que tem a ambição de ganhar, mas, naturalmente, o mais certo é perder por 10-0 ou 12-0”. As palavras são do candidato presidencial José Manuel Coelho, apoiado pelo PND, que equipara a sua candidatura a uma equipa da III Divisão que vai defrontar o Benfica. Depois da brincadeira inicial, o deputado da assembleia legislativa da Madeira acabou por reconhecer que este é “um combate quase impossível”, tendo em conta que defronta “pesos pesados da política”.
À partida ninguém pensava que pudesse reunir as assinaturas suficientes para concorrer, mas na verdade o homem que apareceu de relógio ao pescoço na Assembleia da Madeira e desfraldou a bandeira Nazi [em protesto com Alberto João Jardim] na mesma Assembleia está na luta para chefe de Estado. "Dizem que ando sempre sozinho. E é verdade! Não sou apoiado pelas máquinas dos grandes partidos que alugam camionetas para levar pessoas e restaurantes para dar comer de graça".
O tom crítico do candidato às multidões leva-o a citar a imagem bíblica da "multiplicação dos pães de Jesus, perante milhares de pessoas esfomeadas que vinham ouvir os ensinamentos do mestre. Nessa altura, ele fez o milagre dos pães e dos peixes", só que, no dia seguinte, "quando quis, de novo, pregar já não havia ninguém e perguntou aos discípulos por onde andava essa gente", os quais responderam-lhe: "Senhor, eles ontem comeram e beberam, portanto hoje já não querem ouvi-lo", recordou Coelho. Esta é a imagem do que "se passa com a candidatura de Cavaco Silva" composta por "arrebanhados". E "esses, eu não quero", sublinhou. "Eu sou a voz dos pobres" contra "a corrupção" e contra uma classe política que "vive à mesa do Orçamento", referiu.
Em Gondomar, onde distribuiu sacos de plástico azuis com batatas foi, talvez, a mais inovadora acção de campanha. A acção, justificou José Manuel Coelho, foi para alertar a população para a necessidade de Portugal ser um país “livre de corrupção”.
O simbolismo de fazer a entrega em Gondomar foi sublinhado: “São sacos azuis de Felgueiras para os amigos de Gondomar, onde é hábito ganharem-se eleições oferecendo-se brindes”.
José Manuel Coelho não se deteve e disse estar ali para lutar “não contra o Valentim Loureiro de Gondomar, mas contra os "Valentins Loureiros" deste país”, enumerando Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Alberto João Jardim e Jaime Ramos como “artistas à portuguesa” com quem Cavaco Silva, disse, “consegue enganar os portugueses”.
Questionado sobre qual seria a sua primeira medida se fosse eleito Presidente, José Manuel Coelho respondeu: “Intervir, o que o dr. Cavaco não tem feito. O Governo anda praticamente de rédea solta e o Presidente abdicou de intervir com o seu poder moderador”.
O candidato da Madeira tem exigido que Cavaco Silva explique como ganhou dinheiro no BPN e como comprou a casa de férias na aldeia da Coelha, defendendo que "a vida de um Presidente da República deve ser um livro aberto e não um enigma". Quanto aos seus bens pessoais, Coelho garantiu que os portugueses "estão à vontade" para os conhecer e afirmou que não tem nada a esconder: "Tenho lá na Madeira dois cães e duas aves, para as juízas do regime irem lá penhorar". Confrontado com os dados da sondagem publicada dias antes do fecho da campanha, José Manuel Coelho manifestou-se "contente" e considerou que "ainda há condições para passar à segunda volta".
José Manuel Coelho quer "chamar a atenção dos portugueses" para a realidade de um país e para o papel de "sinaleiro" e de "árbitro" atribuído ao Presidente da República.
Paulo Jorge Oliveira
José Manuel Coelho apesar de ter sido militante do PCP até 1999, e de ainda se considerar comunista, decidiu integrar as listas do PND para as eleições da Região Autonóma da Madeira a 6 de Maio de 2007. Para surpresa geral, o PND consegue eleger um deputado, Baltasar Aguiar. Durante a visita à Madeira do Presidente da República, Cavaco Silva, o Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim chamou aos deputados da oposição da Assembleia Legislativa da Madeira de "bando de loucos" e ao deputado do PND de "fascista". Perante estas palavra o deputado do PND decidiu suspender o seu mandato e assim a 5 de Maio de 2008, José Manuel Coelho tomou o seu lugar. Desde aí o deputado da Nova Democrácia tem-se tornado o deputado com mais visibilidade a nível nacional. Desde o início do actual regime autonómico nunca houve um deputado que usasse a mesma arma que Jardim, precisamente o populismo.
“Sou como aquela equipa da III Divisão que vem jogar com o Sport Lisboa e Benfica e que tem a ambição de ganhar, mas, naturalmente, o mais certo é perder por 10-0 ou 12-0”. As palavras são do candidato presidencial José Manuel Coelho, apoiado pelo PND, que equipara a sua candidatura a uma equipa da III Divisão que vai defrontar o Benfica. Depois da brincadeira inicial, o deputado da assembleia legislativa da Madeira acabou por reconhecer que este é “um combate quase impossível”, tendo em conta que defronta “pesos pesados da política”.
À partida ninguém pensava que pudesse reunir as assinaturas suficientes para concorrer, mas na verdade o homem que apareceu de relógio ao pescoço na Assembleia da Madeira e desfraldou a bandeira Nazi [em protesto com Alberto João Jardim] na mesma Assembleia está na luta para chefe de Estado. "Dizem que ando sempre sozinho. E é verdade! Não sou apoiado pelas máquinas dos grandes partidos que alugam camionetas para levar pessoas e restaurantes para dar comer de graça".
O tom crítico do candidato às multidões leva-o a citar a imagem bíblica da "multiplicação dos pães de Jesus, perante milhares de pessoas esfomeadas que vinham ouvir os ensinamentos do mestre. Nessa altura, ele fez o milagre dos pães e dos peixes", só que, no dia seguinte, "quando quis, de novo, pregar já não havia ninguém e perguntou aos discípulos por onde andava essa gente", os quais responderam-lhe: "Senhor, eles ontem comeram e beberam, portanto hoje já não querem ouvi-lo", recordou Coelho. Esta é a imagem do que "se passa com a candidatura de Cavaco Silva" composta por "arrebanhados". E "esses, eu não quero", sublinhou. "Eu sou a voz dos pobres" contra "a corrupção" e contra uma classe política que "vive à mesa do Orçamento", referiu.
Em Gondomar, onde distribuiu sacos de plástico azuis com batatas foi, talvez, a mais inovadora acção de campanha. A acção, justificou José Manuel Coelho, foi para alertar a população para a necessidade de Portugal ser um país “livre de corrupção”.
O simbolismo de fazer a entrega em Gondomar foi sublinhado: “São sacos azuis de Felgueiras para os amigos de Gondomar, onde é hábito ganharem-se eleições oferecendo-se brindes”.
José Manuel Coelho não se deteve e disse estar ali para lutar “não contra o Valentim Loureiro de Gondomar, mas contra os "Valentins Loureiros" deste país”, enumerando Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Alberto João Jardim e Jaime Ramos como “artistas à portuguesa” com quem Cavaco Silva, disse, “consegue enganar os portugueses”.
Questionado sobre qual seria a sua primeira medida se fosse eleito Presidente, José Manuel Coelho respondeu: “Intervir, o que o dr. Cavaco não tem feito. O Governo anda praticamente de rédea solta e o Presidente abdicou de intervir com o seu poder moderador”.
O candidato da Madeira tem exigido que Cavaco Silva explique como ganhou dinheiro no BPN e como comprou a casa de férias na aldeia da Coelha, defendendo que "a vida de um Presidente da República deve ser um livro aberto e não um enigma". Quanto aos seus bens pessoais, Coelho garantiu que os portugueses "estão à vontade" para os conhecer e afirmou que não tem nada a esconder: "Tenho lá na Madeira dois cães e duas aves, para as juízas do regime irem lá penhorar". Confrontado com os dados da sondagem publicada dias antes do fecho da campanha, José Manuel Coelho manifestou-se "contente" e considerou que "ainda há condições para passar à segunda volta".
José Manuel Coelho quer "chamar a atenção dos portugueses" para a realidade de um país e para o papel de "sinaleiro" e de "árbitro" atribuído ao Presidente da República.
Paulo Jorge Oliveira
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