Um pequenino no meio dos grandes
Caiu um grande na Taça, mas outro ficou. O Pinhalnovense continua a construir bonitas estórias na prova, agora com um triunfo sobre o histórico Leixões, que não teve nem força nem arte para conseguir dar a volta a um “guerreiro” Pinhalnovense que jogou na quarta-feira para o campeonato [goleou o Operário por 4-0] e foi ontem jogar 120 minutos (mais um pouquinho) num estádio mítico do futebol português. Este é o segundo ano consecutivo o Pinhalnovense está nos quartos-de-final da Taça de Portugal. Desta vez afastou o histórico Leixões [da liga Orangina e candidato à subida à primeira liga] em pleno Estádio do Mar, em Matosinhos.
Houve surpresa? Sim e não. Não, porque a História diz que o Pinhalnovense costuma derrotar as equipas da segunda liga do futebol português para a Taça de Portugal. [Varzim, Leça, Desportivo de Chaves foram alguns]. Sim, porque, apesar dos números, as realidades dos dois clubes são tão diferentes quanto os orçamentos de cada um deles.
Pinhalnovense a ganhar...
O Leixões entrou como lhe convinha: a mandar. O Pinhalnovense, mais cauteloso, ia estudando o adversário e sempre que podia lá estava o Pinhalnovense a abeirar-se da área leixonense para criar perigo. Miguel Soares, Quinaz, Pedro Alves e Miran foram enormes nessa altura. O Leixões assente num futebol mais suave, entregue ao talento de Oliveira e às movimentações de Rui Pedro e Tiago Cintra; o Pinhalnovense duro nas suas fundações defensivas e a procurar, quase sempre, a cabeça de Miran e a velocidade do agitadores Quinaz ou Pedro Alves.
Num desses momentos, a bola saiu da direita e atingiu em cheio o coração da área do Leixões. Danilo puxou Miran e só podia apontar-se para a marca dos 11 metros. Quinaz – calmo e tranquilo – não falhou o alvo e meteu os azuis-e-brancos a ganhar nos subúrbios do Porto à beira do intervalo.
Num desses momentos, a bola saiu da direita e atingiu em cheio o coração da área do Leixões. Danilo puxou Miran e só podia apontar-se para a marca dos 11 metros. Quinaz – calmo e tranquilo – não falhou o alvo e meteu os azuis-e-brancos a ganhar nos subúrbios do Porto à beira do intervalo.
O Leixões pagava, por esta altura, a despropositada desconcentração demonstrada na hora do remate: Oliveira, Tiago Cintra e Rui Pedro, nenhum deles teve a lucidez necessária para ajustar o enquadramento com a baliza. É futebol. Só conta a bola que entra.
Aguenta coração...
Nada deste filme era inédito para Augusto Inácio [treinador campeão pelo Sporting] que já há um ano – então à frente da Naval – já havia jogado com o Pinhalnovense e estava a perder ao intervalo. Na segunda parte, Danilo [o mesmo que tinha cometido falta para grande penalidade] redimiu-se com a equipa e os adeptos e empatou o jogo. O primeiro golo sofrido para a Taça de Portugal pelos homens de Pinhal Novo, este ano.
Augusto Inácio sentiu necessidade de agitar as águas do Mar, colocou mais dois avançados em campo (Felix – expulso já no final do jogo – e Feliciano) e pensou-se que, mais tarde ou mais cedo, a equipa de Pinhal Novo cedia, até porque tinha jogado há quatro dias e para uma equipa semi-amadora isso faz muita diferença. Mas aquilo que não contaram aos homens de Matosinhos é que os “caramelos” são rijos e não se abatem assim. O Leixões tentava marcar mas foi o Pinhalnovense quem fez as melhores oportunidades para ganhar.
Alguém teria de ganhar e, por isso, jogou-se mais meia hora no Mar. O Pinhalnovense, como era de esperar, foi encostado à sua área sem nunca dar muitos espaços ao Leixões e, sempre que podia, ia criar pânico a grande área local. E Semedo com um pouco mais de sorte teria evitado o sofrimento das grandes penalidades. Paulo Ribeiro, fez a defesa da tarde. Pedro Alves, três minutos depois, tem outra grande defesa e... a sorte seguia dentro de momentos, em grandes penalidades.
Do desespero... à alegria em sete penalties
E aqui começou muito bem o Leixões. Miran e Dorival falharam os primeiros tiros e temeu-se o pior. Mas lá estava Pedro Alves, defendeu umas e outras foram para fora. Luís Sousa, Mustafá, Quinaz recuperaram o sonho. Miguel Soares já na fase do “mata mata” reacende a chama. Zé Pedro atira a sorte do Leixões aos ferros e, no último fôlego, Diogo Felgueiras atira para os “quartos” da taça onde já moram, por esta altura, FC Porto, Vitória de Setúbal, Rio Ave e Vitória de Guimarães. Depois de União Micaelense, Maria da Fonte, Fafe, Tirsense e Leixões, o Pinhalnovense conhece o próximo adversário da Taça esta quarta-feira às 12h.
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