Mãe mata filhos em Oeiras


Crianças encontradas mortas estavam sinalizadas na comissão de menores

Dois irmãos de 12 e 13 anos foram encontrados mortos no interior de um carro, na Cruz Quebrada, Oeiras, na noite de domingo, disse, esta segunda-feira, fonte policial. A polícia encontrou, já esta manhã, o corpo da mãe, que sofreria de depressão e não terá cumprido o acordo de regulação paternal. O presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Oeiras, distrito de Lisboa, já disse que as duas crianças encontradas foram sinalizadas à instituição em 2012 e que o caso seguiu para tribunal

Polícia encontrou filhos mortos no carro e a o corpo da mulher, em Oeiras 

"As crianças estavam no banco traseiro de um carro tapadas com uma capa amarela. Não apresentavam ferimentos e no local havia bolos, o que pode dar a entender que foram envenenados", explicou à Lusa fonte policial.
Esta segunda-feira de manhã, a Polícia encontrou, entretanto, o corpo da mãe dos menores. Segundo fonte policial, à Lusa, o corpo da progenitora estava perto do local onde foram encontradas as crianças.
As autoridades tinham iniciado buscas com equipas cinotécnicas [homem e cão] após a descoberta dos corpos dos irmãos que moravam em Linda-a-Velha, pois havia suspeitas de que o corpo da mãe das crianças pudesse estar também no local, como se confirmou.
Fonte policial disse que a avó, quando foi ouvida pelas autoridades, disse que a mãe das crianças tinha problemas de depressão. Segundo a RTP Informação, a progenitora não entregou os filhos à avó paterna, visto que o pai das crianças está na Madeira, como decorre da ordem de regulação paternal.
As três vítimas vão agora ser autopsiadas para apurar as causas da morte.
As autoridades policiais foram alertadas, cerca das 19.30 horas de domingo, por um segurança, o qual informou que se encontrava, desde o dia anterior, uma viatura nas imediações dos dormitórios da Faculdade de Motricidade Humana.
"Quando lá chegaram, os polícias encontraram um corpo debaixo de um oleado no interior do veículo, com vestígios de sangue. Depois de destaparem, constataram tratar-se de dois corpos", adiantou a mesma fonte.
Os agentes da PSP ficaram "impressionados" com o "cenário macabro", com o qual se depararam.
A investigação passou para a Polícia Judiciária com a ajuda da PSP.

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens estava a par da situação
O presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Oeiras, distrito de Lisboa, disse que as duas crianças encontradas mortas num carro foram sinalizadas à instituição em 2012 e que o caso seguiu para tribunal.
"A situação foi-nos sinalizada em 2012 e nesse ano o processo seguiu para tribunal. Tentámos intervir, mas como não estavam reunidas todas as condições para que se pudesse agir, e como a instituição não pode atuar sem a autorização dos pais, o processo seguiu para o Tribunal de Família e Menores de Cascais", explicou João Belo.
Fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que foi a PSP quem deu a indicação à CPCJ de Oeiras sobre a situação dos dois irmãos, de 12 e 13 anos, encontrados mortos no interior de um carro.
João Belo escusou-se, contudo, a dizer o mês em que essa sinalização foi feita, nem quando é que o processo seguiu para o tribunal. O responsável acrescentou ainda que não sabe se, entretanto, o tribunal terá tomada alguma decisão sobre o caso.

Crianças iam ser retiradas à mãe
Por sua vez, a Segurança Social garantiu, também esta segunda-feira, que emitiu um parecer favorável para que fossem retiradas à mãe as duas crianças.
Numa nota, a Segurança Social afirma que, "a 23 de Janeiro 2013, teve lugar audiência judicial na qual foi aplicada a medida de promoção e proteção de 'apoio junto do pai', com efeitos imediatos, ficando também definido que as visitas da mãe aos filhos apenas se realizariam em casa de familiares e sob a sua supervisão".
No mesmo documento, a instituição acrescenta que, no âmbito de um processo de Promoção e Proteção no Tribunal de Família e Menores, os serviços da SS "acompanharam o caso, tendo emitido parecer de retirada das crianças à mãe".

 
Agência de Notícias 

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