Uma troca de beijos no metro de Lisboa contra a homofobia

“Beijos coloridos e pacíficos” em protesto contra a “discriminação”

Cerca de duas dezenas de pessoas trocaram nesta sexta-feira beijos e abraços na estação de metro da Baixa-Chiado, Lisboa, em protesto contra a recusa da transportadora em afixar cartazes de uma rede social para homossexuais.

Grupo de cidadãos contra discriminação no Metro de Lisboa 


A acção foi convocada na sequência de uma recusa do Metro de Lisboa de permitir a afixação nas suas redes de múpis (espaço publicitário) cartazes a publicitar a rede social ManHunt, um espaço online de encontros para homossexuais. 
Em resposta, uma dezena de casais homossexuais decidiu responder ao apelo de um “Flash mob” (mobilização espontânea) convocado através da rede social Facebook e trocaram durante uma hora “carícias” junto à bilheteira da estação Baixa Chiado. 
“Estou aqui, não para defender a campanha da ManHunt, mas sim para repudiar a atitude do metro. Não têm problemas em divulgar o salão erótico, nem mulheres em roupas interiores, mas se for um cartaz com dois homens em envolvimento já é um problema”, criticou José Tavares à agência Lusa. 
Outra participante, Cristiana Pena, lamentou a atitude “homofóbica” do Metro e considerou que aquilo que está em causa é a “confusão entre rede social e serviço sexual”. 

Metropolitano explica-se

“O Manhunt é uma rede social para homossexuais, não um site de engates. Infelizmente a sociedade portuguesa continua a discriminar os homossexuais”, criticou. 
A ManHunt apresentou um primeiro cartaz, que seria afixado em 15 ‘mupis’ em seis estações de metro, nos quais eram visíveis dois homens em tronco nu e quase a beijar-se. Depois de este cartaz ter sido rejeitado, foi apresentado um segundo, também não aceite, em que os dois modelos vestem polos e estão abraçados. 
Contactada pela Lusa, fonte oficial do Metro de Lisboa afirmou que a empresa “não autorizou a campanha no âmbito de uma orientação genérica vigente na empresa de não aceitar publicidade que não se coadune com a imagem de um serviço público, que se dirige a uma multiplicidade de clientes, com sensibilidades várias, sendo passível de ferir susceptibilidades, independentemente da orientação sexual do respectivo público-alvo”. 
A mesma fonte disse que “esta análise é feita em função da imagem e da mensagem, tendo sempre em conta o que se pretende publicitar e não a quem se dirige”. 

Agência de Notícias 

Comentários