Parlamento debate inclusão da travessia Setúbal-Troia no passe Navegante

Preços da travessia e ligação histórica a Troia motivam debate nacional esta sexta-feira na Assembleia da República 

A travessia fluvial entre Setúbal e Troia vai estar no centro do debate parlamentar, depois de uma petição pública exigir a sua inclusão no passe Navegante. O tema chega à Assembleia da República na sexta-feira, 19 de Dezembro, impulsionado por críticas aos preços praticados e pela ligação histórica da população da Península de Setúbal às praias de Troia.
Travessia fluvial Setúbal-Troia em debate no Parlamento

A Assembleia da República vai pronunciar-se sobre a petição pública que defende a integração da ligação fluvial Setúbal-Troia no sistema tarifário da Área Metropolitana de Lisboa, conhecido como passe Navegante. A iniciativa reúne cerca de oito mil assinaturas e será discutida em plenário a partir das 10 horas desta sexta-feira.
Segundo uma nota de imprensa divulgada esta quarta-feira pelos promotores, a petição sustenta-se na relação histórica entre a população de Setúbal e de grande parte da Península de Setúbal com as praias de Troia, frequentadas há várias décadas por residentes da região.

Preços considerados incomportáveis pelos utentes
Outro dos argumentos centrais prende-se com os valores cobrados pela Atlantic Ferries, concessionária da travessia fluvial. Os promotores classificam os preços como “incomportáveis”, sublinhando que um bilhete custa atualmente 5,50 euros no ferry ou 4,90 euros no catamarã, enquanto o passe normal mensal ascende a 99,30 euros.
Em contraste, o passe Navegante Metropolitano, válido em todos os meios de transporte dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, tem um custo mensal de 40 euros. Já o Navegante Municipal, limitado a um único concelho, custa 30 euros. Neste caso em específico a ligação será entre Setúbal e Troia, pertencente ao concelho de Grândola. 

Desigualdade no acesso ao transporte público
A petição aponta ainda para aquilo que considera ser uma desigualdade no direito de acesso ao transporte público. Os promotores falam numa discriminação das populações de Setúbal e dos concelhos vizinhos de Troia, como Alcácer do Sal e Grândola, quando comparadas com os restantes municípios da Área Metropolitana de Lisboa.
No documento, os subscritores afirmam esperar um posicionamento claro dos deputados que permita resolver a situação e beneficie os milhares de cidadãos que utilizam este serviço e que, segundo defendem, são penalizados financeiramente no acesso a Troia.

Duas visões políticas sobre a solução
Os promotores da iniciativa recordam que existem atualmente duas correntes de opinião entre os partidos com assento parlamentar. Uma defende a inclusão imediata da travessia no passe Navegante, enquanto outra entende que a decisão deverá ser tomada apenas no momento da renovação do contrato de concessão da ligação fluvial, prevista para 2027.
O debate parlamentar desta sexta-feira poderá, assim, ser determinante para clarificar o caminho a seguir e responder a uma reivindicação antiga da população da cidade e da região de Setúbal. 

Agência de Notícias 
Fotografia: Gerada por IA

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